Neste mar imenso, Debaixo de água com os olhos turvos, Todos parecem iguais Está demasiado ameno o clima E tudo o que é normal demais cansa Cansa viver onde todos querem ser iguais E o riso torna-se "inespontâneo" E o grito está cada vez mais preso Mas olhei para o lado e os teus olhos Ah, eram os teus olhos Então já não era preciso gritar nem ser amado O meu riso voltou aquele lugar inesperado E tu foste no tempo e no espaço A paixão que me acordou e acordou o mar O tempo já bate ao segundo De quem vive ansioso por amar Às escuras não sei quem és Era impossível recordar a tua voz debaixo daquele mar Passas na minha mente fragmentada Pelos ideais que nos rodeavam Não consegui encontrar naquele momento o caminho Era tudo demasiado água Mas olhei para o lado e os teus olhos Ah, eram os teus olhos Então já não era preciso gritar nem ser amado...
Há três espécies de homens: os vivos, os mortos e os que andam no mar. (Platão)