Abre meus olhos, meu Senhor, e verei a noite; abre meus olhos, meu Senhor, e verei a dor; abre meus olhos, meu Senhor, e verei, a ausência; abre meus olhos, meu Senhor, e verei o abandono; abre meus olhos, meu Senhor, e verei os olhares gélidos do mundo; abre meus olhos, meu Senhor, e verei as mãos famintas; abre meus olhos, meu Senhor, e verei a injustiça; abre meus olhos, meu Senhor, e verei a humilhação; abre meus olhos, meu Senhor, e verei a opressão. Abre meus olhos, meu Senhor, para que eu veja a luz e cuide da luz que ilumina a noite, que suaviza a dor, que se torna presença, que fortalece os laços, que acompanha a justiça, que exige o respeito, que sacia as fomes, que mostra o caminho da liberdade. Abre meus olhos, meu Senhor, para que eu veja a luz “terna e suave no meio da noite”; a “luz terna e suave” que és tu. Isabel Varanda