Este fármaco poderá resolver um grave problema global que é a morte anual de três milhões de recém-nascidos e três milhões de nados-mortos.
Equipa de investigadores da Universidade do Porto patentearam primeira vacina neonatal. O acordo foi assinado pela Universidade e pela empresa IMMUNETHEP. Com o objetivo de evitar os elevados valores de mortalidade nos recém-nascidos através de infecções bacterianas, uma equipa de investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), liderada por Paula Ferreira, cativou o interesse da empresa Venture Catalysts para lançar a primeira vacina neonatal, administrada ainda em tempo de gestação.
O acordo foi feito entre o antigo reitor da Universidade do Porto (UP), José Marques dos Santos e pela IMMUNETHEP, empresa que surge do contacto da Venture Catalysts com a equipa de investigadores do ICBAS. Satisfeito com o acordo, o 18.º reitor da UP congratulou a equipa de investigadores, que estimula uma "mudança de atitude" na instituição. A Venture Catalysts iniciou o contacto com a equipa do ICBAS há quase dois anos. Ao analisar os projectos da Universidade do Porto Inovação (UPIN), a empresa do UPTEC decidiu explorar o potencial da vacina desenvolvida pela equipa de investigadores, que até então combatia uma bactéria.
Do contacto intensivo entre ambas as partes surge a IMMNUTHEP, que pretende alavancar este projecto pioneiro na área da saúde. De acordo com Bruno Santos, membro da Venture Catalysts, esta vacina é feita a partir de "péptidos, que permitem que o corpo esteja protegido contra algumas infecções neo-natais, de que são exemplo a E.coli e a pneumonia.
Proteger ainda antes de nascer
A novidade deste fármaco relaciona-se com o facto deste ser administrado ainda no tempo de gestação. "Algumas destas infecções ocorrem no feto, no interior da barriga da mãe, por isso é que procuramos administrar a vacina à mãe, que transmite esta protecção ao seu filho. Isto faz com que, de certa forma, o bebé se encontre imune a infecções ainda antes de nascer", explica Bruno Santos.
O membro da empresa portuguesa reforça ainda o facto de este projecto ser completamente inovador e permitir combater o problema das infecções bacterianas, que afectam cerca de três milhões de recém nascidos e provocam três milhões de nados-mortos, por ano. "É um grave problema global que poderá ser de alguma forma resolvido com a implementação desta vacina, que será pioneira no mercado", diz, acrescentando ainda que esta será a primeira vacina que protege os primeiros meses de vida do ser humano. "Normalmente, só a partir dos três ou quatro meses de vida é que se dão vacinas. Até lá, o recém-nascido encontra-se totalmente desprotegido".
Ainda que os resultados tenham sido positivos, a vacina só poderá ser administrada depois dos processos de aprovação na Food and Drugs Administration (FDA) e na European Medicine Agencies (EMA), entidades internacionais que aprovam a utilização e comercialização de fármacos. "Isto será um processo longo, demorará cerca de 10 anos até ser implementado", sustenta Bruno Santos. No entanto, não deixa de reforçar o impacto e o prestígio associado a um projecto que decorre no seio da Universidade do Porto.
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