Há dois modos de dar. O primeiro, é quando dou algo 'meu': trata-se de um modo de ‘dar’ louvável mas ainda egocentrado, é um ‘dar’ que alimenta o orgulho; afinal era 'posse minha'. Mas, depois, há o ‘dar’ algo que, embora na minha posse aparente, reconheço que nunca foi realmente ‘meu’: esse é um ‘dar’ livre, que se limita a deixar correr o bem antes recebido. Quando reconheço que recebi a vida e, com ela, tudo o que ela me trouxe, estou livre para voltar a dar de modo livre. E é dando tudo que mais recebo: em vez de tanque ou fonte, o meu coração torna-se torrente. Não há maior dom do que esse.
Ver para além do olhar
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