Uma das melhores formas de avaliar as pessoas e as coisas é esperar que com o passar do tempo a sua importância se relativize e revele. Demasiado perto, tudo tende a parecer absoluto e definitivo. Para compreender cada momento da vida, é preciso que ele passe, e que se junte a outros até que chegue o momento certo de ver, com toda a clareza, o que se passou.
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O segredo do discernimento é afinal uma coisa tão simples quanto exigente e dolorosa: paciência.
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Se só se compreende a vida quando olhamos para trás, a verdade é que, para a viver, o sentido é o oposto. Para diante. Assim, uma escolha determinante das nossas vidas passa por saber onde colocamos os nossos olhos e o nosso coração: no passado em busca de compreensão e aceitação; ou, no futuro em busca de mais vida.
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O nosso caminho passa por terras desconhecidas e mares longínquos. A nossa vida é um acabar que nunca acaba. Como não há um fim definitivo, renascemos de forma constante em muitos lugares e tempos, e é sempre assim, por mais cansados e angustiados que estejamos... porque a nossa vida quer viver mais do que nós mesmos!
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O vencedor sai muitas vezes derrotado. Uma das alturas em que o coração não deve fraquejar é quando está rodeado de inimigos. A solidão essencial de cada um de nós é tão profunda que assusta os que nunca se dão conta da imensidão do mundo dentro de si.
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Eu sou alguém que busca um outro para ser com ele, a partir dele e... para ele.
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Nos tempos de abandono há que ter a coragem da esperança. Aquela certeza de que o nosso caminho passa por vales de trevas, frio e dor... mas a nossa missão não é nem ficar por ali, nem perder a nossa fé no amor. As nossas obras devem ser a resposta ao sofrimento, porque são as obras que confirmam a missão.
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Fazer o que devo, estando inteiro no que faço!
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Quem não quer mesmo vencer, não pode esperar vitórias.
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Não. A nossa existência não é só isto. É mais do que isto. É muito mais do que nós.
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Nos sucessos é bom lembrar os falhanços... tudo se torna mais claro. Os sucessos e o fracassos.
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Há uma vida imensa e intensa dentro de mim. A mesma vida que anima as árvores, que florescem e frutificam nas primaveras... e que, soprando no vento, as despe e livra dos seus ramos mortos... a mesma força que levanta as ondas do mar e que, das rochas, faz areia. A mesma coragem que nasce e ilumina o coração invencível de quem aprende a amar.
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Devemos ousar ser mais. Desenhar uma cruz no infinito e rumar para lá... Enquanto não chegar o tempo de sermos nós a folha que cai...
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Eu sou também a minha herança. O ser daqueles que me amaram e que aceitei.
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Cada um de nós não é apenas uma folha, um ramo ou uma árvore... mas uma floresta, um mundo e um universo.
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Como não querer dar tudo pela verdadeira felicidade? Buscar no passado o sentido da vida é como buscar nos sonhos razões de saudade.
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À noite, as luzes são mais suaves e verdadeiras. O céu é mais belo quando se podem ver todas as estrelas cintilantes que a nossa curta vista alcança. O luar pode ser ainda mais puro do que a própria luz do sol.
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O amor chama. Ao longe, alguém canta. Ao longe. Há que esperar. Lutar. Com fé. Aquela certeza de que não sou eu. Somos nós.
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José Luís Nunes Martins 29 de agosto de 2015 Ilustração de Carlos Ribeiro
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