Um Homem é um Homem. Um Homem a morrer afogado é um Homem. Mesmo que não seja refugiado a sério, mesmo que até tenha acabado de matar outro Homem. Um Homem a morrer afogado é um Homem, e primeiro salvam-se vidas, depois trata-se do resto.
Há oportunistas, haverá potenciais terroristas, há fanáticos religiosos. Haverá. Mas primeiro salvam-se vidas, depois trata-se do resto. Quando um Homem está a morrer afogado não há tempo para lhe perguntar se aceita a nossa liberdade religiosa, a nossa igualdade, a nossa Democracia.
A nossa religião, para os que a temos, ensina isso, mesmo a quem não comunga. A nossa Democracia, que é mais do que votar, depende isso.
Primeiro salvam-se vidas, depois trata-se do resto.
E o resto não é pouco. Claro que não podem todos ficar. Claro que ter missões de salvamento junto à costa é promover maiores fluxos. Claro que por cada asilo concedido se promove maior tráfico de Homens. Mas agora há Homens a morrer. Primeiro salvam-se vidas, depois trata-se do resto.
Não, não há lugar para todos. Não, não é possível abrir as portas e deixar entrar e ficar quem quiser. A emigração tem de ser controlada. Claro que tem. Mas um Homem a morrer afogado é um Homem.
Claro que há mais sofrimento no Mundo. Provavelmente gente mais justa, gente melhor, gente mais pobre e miserável. Pois há. E não os vamos salvar todos. Pois não. Nem quero. Ou melhor, sei que não é por querer que se resolve, nem é por se querer que é possível. E desejar o impossível pode ficar bem, nas não serve para quase nada.
Mas um Homem a morrer afogado é um Homem.
E, se um dia, uma destas vidas salvas se explodir no meio de nós, se um deles se radicalizar e matar outros Homens, ainda assim teremos feito o correcto, o que é justo.
Eu prefiro morrer um dia num metro em Londres, morto por uma bomba, a deixar morrer um Homem porque tenho medo de um dia ter medo dele.
E, sim, pago a minha quota-parte extra. Digam-me onde a entrego.
Henrique Burnay
Há oportunistas, haverá potenciais terroristas, há fanáticos religiosos. Haverá. Mas primeiro salvam-se vidas, depois trata-se do resto. Quando um Homem está a morrer afogado não há tempo para lhe perguntar se aceita a nossa liberdade religiosa, a nossa igualdade, a nossa Democracia.
A nossa religião, para os que a temos, ensina isso, mesmo a quem não comunga. A nossa Democracia, que é mais do que votar, depende isso.
Primeiro salvam-se vidas, depois trata-se do resto.
E o resto não é pouco. Claro que não podem todos ficar. Claro que ter missões de salvamento junto à costa é promover maiores fluxos. Claro que por cada asilo concedido se promove maior tráfico de Homens. Mas agora há Homens a morrer. Primeiro salvam-se vidas, depois trata-se do resto.
Não, não há lugar para todos. Não, não é possível abrir as portas e deixar entrar e ficar quem quiser. A emigração tem de ser controlada. Claro que tem. Mas um Homem a morrer afogado é um Homem.
Claro que há mais sofrimento no Mundo. Provavelmente gente mais justa, gente melhor, gente mais pobre e miserável. Pois há. E não os vamos salvar todos. Pois não. Nem quero. Ou melhor, sei que não é por querer que se resolve, nem é por se querer que é possível. E desejar o impossível pode ficar bem, nas não serve para quase nada.
Mas um Homem a morrer afogado é um Homem.
E, se um dia, uma destas vidas salvas se explodir no meio de nós, se um deles se radicalizar e matar outros Homens, ainda assim teremos feito o correcto, o que é justo.
Eu prefiro morrer um dia num metro em Londres, morto por uma bomba, a deixar morrer um Homem porque tenho medo de um dia ter medo dele.
E, sim, pago a minha quota-parte extra. Digam-me onde a entrego.
Henrique Burnay
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