Laurinda Alves 27/2/2018 http://observador.pt/opiniao/um-amigo/ Um amigo, dois amigos, três amigos, quantos amigos estaremos destinados a perder ao longo da vida? E quem, entre nós, estará preparado para tão terrível perda? Não há idade certa para nada e, muito menos, para morrer, mas dói quando partem cedo. E partem sempre cedo demais. Nunca haveremos de perceber porque é que os bons nos morrem tão depressa. São realmente indecifráveis e grandes os mistérios da vida. Sabemos apenas que a morte prematura ou inesperada é, para sempre, um rasgão no coração. Novos ou velhos, os amigos que partem deixam-nos um vazio impossível de voltar a preencher. Podemos ter mais, tão bons como eles, e podemos até vir a conhecer outros igualmente queridos, mas cada um é especial. Único e irrepetível. Por isso a despedida nos custa tanto. Quebra-nos. Atravessa todo o nosso mundo interior e trespassa-nos como uma lança fria. Gela-nos. Mais tarde ou mais cedo todos passaremos por isto e todos nos da...
Há três espécies de homens: os vivos, os mortos e os que andam no mar. (Platão)