Gostaria tanto que cada dia me despertasse com serenidade, alegria, vontade de viver, confiança e energia. Nem sempre é assim. Diria que, muitas vezes não é assim. Todos sabemos que a realidade é bem outra. Tantas vezes acordamos perturbados, com um peso enorme às costas, com o coração em sobressalto, com desânimo e desconforto. E isto também é o nosso modo de ser humanos; modo que procuramos transformar e superar mas, a maior parte das vezes, sem qualquer resultado. Penso que esta condição de mal estar tem a ver com a liberdade de cada um e de cada uma de nós e com o modo como dela temos consciência, a assumimos e dela cuidamos; também tem a ver, parece-me, com o sentido de responsabilidade que cada um e cada uma de nós têm: relativamente a si mesmo, relativamente aos outros, relativamente à história do mundo, em construção em cada momento e na qual cada um e cada uma é personagem. Nem sempre temos presente que a história do mundo tem o nosso rosto – o rosto de biliões de histórias p...
Há três espécies de homens: os vivos, os mortos e os que andam no mar. (Platão)