Gostaria tanto que cada dia me despertasse com serenidade, alegria, vontade de viver, confiança e energia. Nem sempre é assim. Diria que, muitas vezes não é assim. Todos sabemos que a realidade é bem outra. Tantas vezes acordamos perturbados, com um peso enorme às costas, com o coração em sobressalto, com desânimo e desconforto. E isto também é o nosso modo de ser humanos; modo que procuramos transformar e superar mas, a maior parte das vezes, sem qualquer resultado.
Penso que esta condição de mal estar tem a ver com a liberdade de cada um e de cada uma de nós e com o modo como dela temos consciência, a assumimos e dela cuidamos; também tem a ver, parece-me, com o sentido de responsabilidade que cada um e cada uma de nós têm: relativamente a si mesmo, relativamente aos outros, relativamente à história do mundo, em construção em cada momento e na qual cada um e cada uma é personagem.
Nem sempre temos presente que a história do mundo tem o nosso rosto – o rosto de biliões de histórias pessoais – e nenhum destes rostos é insignificante. Criamos o mundo à nossa imagem. Que imagem é esta? O que vê o mundo quando nos olha? O que pensa o mundo quando nos olha? O que espera o mundo quando nos olha? Que mundo é este quando, ao contrário, não nos vê, sobre nós nada pensa e de nós nada espera?
Há aqui algo de fundamentalmente estranho; uma espécie de inadequação a nós mesmos e ao que nos rodeia. Continuamos à procura de um modo de habitar o mundo mais coerente, que será, certamente, mais feliz. Digo a mim mesma que não me posso resignar a acordar mal. Quero e tenho direito a acordar cada manhã como se fosse o início do mundo novo, virgem, santo, lugar de uma aventura fascinante balizada pelo beleza, pela luz, pela serenidade, pelo mistério, pela criação e pela ternura.
Permito-me dizer que este é, certamente, o modo como os meus contemporâneos desejam intimamente acordar para cada dia.
Que assim seja.
Isabel Varanda
Penso que esta condição de mal estar tem a ver com a liberdade de cada um e de cada uma de nós e com o modo como dela temos consciência, a assumimos e dela cuidamos; também tem a ver, parece-me, com o sentido de responsabilidade que cada um e cada uma de nós têm: relativamente a si mesmo, relativamente aos outros, relativamente à história do mundo, em construção em cada momento e na qual cada um e cada uma é personagem.
Nem sempre temos presente que a história do mundo tem o nosso rosto – o rosto de biliões de histórias pessoais – e nenhum destes rostos é insignificante. Criamos o mundo à nossa imagem. Que imagem é esta? O que vê o mundo quando nos olha? O que pensa o mundo quando nos olha? O que espera o mundo quando nos olha? Que mundo é este quando, ao contrário, não nos vê, sobre nós nada pensa e de nós nada espera?
Há aqui algo de fundamentalmente estranho; uma espécie de inadequação a nós mesmos e ao que nos rodeia. Continuamos à procura de um modo de habitar o mundo mais coerente, que será, certamente, mais feliz. Digo a mim mesma que não me posso resignar a acordar mal. Quero e tenho direito a acordar cada manhã como se fosse o início do mundo novo, virgem, santo, lugar de uma aventura fascinante balizada pelo beleza, pela luz, pela serenidade, pelo mistério, pela criação e pela ternura.
Permito-me dizer que este é, certamente, o modo como os meus contemporâneos desejam intimamente acordar para cada dia.
Que assim seja.
Isabel Varanda
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