Avançar para o conteúdo principal

AURA MIGUEL

Os Reis sábios

06-01-2012


Sempre me impressionou a disponibilidade daqueles três sábios que vieram do Oriente até Jerusalém para adorar o Menino. Eram homens importantes e cultos, dedicavam-se ao estudo dos astros e tinham grandes conhecimentos.


Ao abrigo da sua fama e poder, os Reis Magos bem podiam ter-se acomodado - como outros fizeram - à sombra da sua erudição. Mas nada disso: a sua abertura ao real e amor à verdade levam-nos a deixar a sua terra, a arriscar novos caminhos, a deixar-se guiar pelos sinais de Deus, movidos pela curiosidade e desejo de um encontro. 

Esta é a primeira lição que os Reis Magos nos dão. 

Mas o Evangelho relata ainda que os três sábios, “ao verem o Menino, com Maria sua Mãe”, prostraram-se e “ficaram possuídos de uma enorme alegria”. E que, depois de O adorarem e oferecerem magníficos presentes, “regressaram à sua terra por outro caminho”. 

Ou seja, no exercício da sua liberdade, os Reis Magos mudaram de rumo, tal como acontece a muitos que encontram Cristo. 
Que a sua conversão e mudança nos inspire a todos!


http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=96&did=45486

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Talvez eu seja O sonho de mim mesma. Criatura-ninguém Espelhismo de outra Tão em sigilo e extrema Tão sem medida Densa e clandestina Que a bem da vida A carne se fez sombra. Talvez eu seja tu mesmo Tua soberba e afronta. E o retrato De muitas inalcançáveis Coisas mortas. Talvez não seja. E ínfima, tangente Aspire indefinida Um infinito de sonhos E de vidas. HILDA HILST Cantares de perda e predileção, 1983

Não é uma sugestão, é um mandamento

Nos Evangelhos Sinóticos, lemos muito sobre as pregações de Jesus a propósito do «maior mandamento». Não é a grande sugestão, o grande conselho, a grande linha diretiva, mas um mandamento. Primeiro, temos de amar a Deus com todo o coração e com toda a nossa força, sobre todas as coisas. Ao trabalhar com os pobres camponeses da América Central, que não sabiam ler nem escrever, a frase que eu sempre ouvia era: «Primero, Dios». Deus tem de ser o primeiro nas nossas vidas, depois, todas as nossas prioridades estão corretamente ordenadas. Não amaremos menos as pessoas, mas mais, por amar a Deus. A segunda parte do «maior mandamento» é amarmos o próximo como a nós mesmos. E Jesus ensina-nos, na parábola do Bom Samaritano, que o nosso próximo é esse estrangeiro, esse homem ferido, essa pessoa esquecida, aquele que sofre e, por isso, tem um direito acrescido sobre o meu amor. Jesus manda-nos amar os estranhos. Se só saudamos os nossos, não fazemos mais do que os pagãos e os não cr...

Eis-me

Eis-me Tendo-me despido de todos os meus mantos Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses Para ficar sozinha ante o silêncio Ante o silêncio e o esplendor da tua face Mas tu és de todos os ausentes o ausente Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca O meu coração desce as escadas do tempo [em que não moras E o teu encontro São planícies e planícies de silêncio Escura é a noite Escura e transparente Mas o teu rosto está para além do tempo opaco E eu não habito os jardins do teu silêncio Porque tu és de todos os ausentes o ausente Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Livro Sexto'