Um dos problemas sérios que temos hoje na compreensão da fé, quer nos digamos crentes ou não crentes, é que nos é difícil pensar, de modo eficaz e concreto, que o material da fé, o seu tecido, seja a vida como ela é. A crise nascida na modernidade, a que já acenámos, provocou uma espécie de separação de campos de referência: de um lado estariam a vida, as coisas, o comer, o crescer, o amar, o viver, o desejar e, do outro, os gestos e as palavras de um mundo religioso que seriam outras realidade (ir à igreja, rezar, respeitar normas...). A boa nova do Evangelho é, pelo contrário, a possibilidade de a vida, assim como é, se vivida no encontro com Deus, se tornar bendita e amada, florida e fecunda. Não há outra coisa, não temos outra coisa: viver é a verdadeira questão, e viver humanamente.
Palavras em redor do poço
Stella Morra
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