Há certos dias da nossa vida em que, como Elias, preferiríamos adormecer e acabar. Toca-nos então a mão do anjo que nos dá de comer e nos intima a prosseguir caminho. É a tentação do abandono em que a solidão e a tristeza cavam em nós o desgosto da vida. Mas viver é, essencialmente, deixar a vida receber-se e dar-se, e não transformar o dom que nos habita em algo que dominamos. Se o fazemos, tomamo-nos pela Vida. Viver deixa de ser receber a Vida, é retê-la.
J. A. Mourão, “Quem vigia o vento não semeia”.
J. A. Mourão, “Quem vigia o vento não semeia”.
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