«Não sei orar. Palestrar também não sei. Eu não sei conversar. O verbo que me tocou em sorte na distribuição dos verbos só é fluente quando o escrevo. Se o pronuncio, emperra. É perro. Melhor direi se lhe chamar perronho. Mas não é só debitar fala quando se conversa. É preciso escutar o interlocutor. Embora mudo por cortesia, é indispensável ouvi-lo para verificar se o silêncio é atento ou distraído, anuente ou repontão, amigo ou inimigo. Quem conversa mais precisa de ouvido que de língua».
João de Araújo Correia
João de Araújo Correia
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