Avançar para o conteúdo principal
«Porque Me viste, acreditaste. Felizes os que acreditam sem terem visto»
São palavras de Jesus a propósito da surpresa descrente de S. Tomé.

Se eu acredito e não vi, então sou mesmo feliz. 
Porque será? Que felicidade é esta de que fala Jesus?

Acreditar sem ver implica um passo de entrega, confiança e liberdade
 só possível se fundado no dom da Fé 
e no vigor da Graça que opera em mim e apesar de mim.

Que seria de mim se não acreditasse 
que «Tu és o Messias o Filho de Deus vivo»?

Que seria de mim, Senhor, se não acreditasse que Tu és e estás
sempre presente, sempre atento, sempre a meu lado?

É esta certeza que me sustenta no caminho 
que teimo em percorrer rumo ao destino bom que por mim espera,
com hesitações e cansaços, sim, mas sempre a caminho.

A certeza de que Tu não me enganas porque és a Verdade,
 que não me perco, porque Tu és o Caminho,
 que não desisto, porque Tu és a Vida.

Sou mesmo feliz, posso dizê-lo, mesmo quando Te não ouço
 mesmo quando não Te vejo,
 mesmo quando o meu coração parece não arder,
 como o dos discípulos de Emaús.

Sou mesmo feliz, porque esta felicidade, não depende de mim
 porque és Tu em mim e eu em Ti.

Obrigado, Senhor, por este milagre em cada dia repetido.
 

Rui Corrêa d’Oliveira

http://rr.sapo.pt/rubricas_detalhe.aspx?fid=70&did=102577

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Talvez eu seja O sonho de mim mesma. Criatura-ninguém Espelhismo de outra Tão em sigilo e extrema Tão sem medida Densa e clandestina Que a bem da vida A carne se fez sombra. Talvez eu seja tu mesmo Tua soberba e afronta. E o retrato De muitas inalcançáveis Coisas mortas. Talvez não seja. E ínfima, tangente Aspire indefinida Um infinito de sonhos E de vidas. HILDA HILST Cantares de perda e predileção, 1983

Não é uma sugestão, é um mandamento

Nos Evangelhos Sinóticos, lemos muito sobre as pregações de Jesus a propósito do «maior mandamento». Não é a grande sugestão, o grande conselho, a grande linha diretiva, mas um mandamento. Primeiro, temos de amar a Deus com todo o coração e com toda a nossa força, sobre todas as coisas. Ao trabalhar com os pobres camponeses da América Central, que não sabiam ler nem escrever, a frase que eu sempre ouvia era: «Primero, Dios». Deus tem de ser o primeiro nas nossas vidas, depois, todas as nossas prioridades estão corretamente ordenadas. Não amaremos menos as pessoas, mas mais, por amar a Deus. A segunda parte do «maior mandamento» é amarmos o próximo como a nós mesmos. E Jesus ensina-nos, na parábola do Bom Samaritano, que o nosso próximo é esse estrangeiro, esse homem ferido, essa pessoa esquecida, aquele que sofre e, por isso, tem um direito acrescido sobre o meu amor. Jesus manda-nos amar os estranhos. Se só saudamos os nossos, não fazemos mais do que os pagãos e os não cr...

Eis-me

Eis-me Tendo-me despido de todos os meus mantos Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses Para ficar sozinha ante o silêncio Ante o silêncio e o esplendor da tua face Mas tu és de todos os ausentes o ausente Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca O meu coração desce as escadas do tempo [em que não moras E o teu encontro São planícies e planícies de silêncio Escura é a noite Escura e transparente Mas o teu rosto está para além do tempo opaco E eu não habito os jardins do teu silêncio Porque tu és de todos os ausentes o ausente Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Livro Sexto'