Em Setembro virão as marés vivas e depois o Outono começará a despir as árvores, antes que um céu plúmbeo abata sobre nós e uma chuva sem remorsos varra da nossa pele os últimos vestígios de sal. A partir daí ficamos à espera, outra vez. Pelos céus azuis, pelos peixes prateados, pela limpidez da água, pelos risos das crianças. Não quero que desesperes na espera: haverá sempre Verão, sempre, para além de nós mesmos, e por mais demorado que seja o regresso.
Miguel Sousa Tavares, in Não te deixarei morrer, David Crockett
Miguel Sousa Tavares, in Não te deixarei morrer, David Crockett
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