hoje, noite de abril, sem lua,
a minha rua
é outra rua.
talvez por ser mais que nenhuma escura
e bailar o vento leste
a noite de hoje veste
as coisas conhecidas de aventura.
uma rua nova destruiu a rua do costume,
como se sempre nela houvesse este perfume
de vento leste e primavera,
a sombra dos muros espera
alguém que ela conhece.
e às vezes, o silêncio estremece
como se fosse a hora de passar alguém
que só hoje não vem.
sophia de mello b. andresenobra poética Icaminho
1999
a minha rua
é outra rua.
talvez por ser mais que nenhuma escura
e bailar o vento leste
a noite de hoje veste
as coisas conhecidas de aventura.
uma rua nova destruiu a rua do costume,
como se sempre nela houvesse este perfume
de vento leste e primavera,
a sombra dos muros espera
alguém que ela conhece.
e às vezes, o silêncio estremece
como se fosse a hora de passar alguém
que só hoje não vem.
sophia de mello b. andresenobra poética Icaminho
1999
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