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Si es verdad que existo y que me llamo Rafael; 
si es verdad que estoy aquí 
y que esto es una mesa; 
si es verdad que soy algo más que una piedra oscura entre ortigas, 
algo más que una áspera piedra en el fondo de un pozo. 


Si verdaderamente es real esta extraña claridad violeta de la tarde, 
si esos grises y malvas son casas y nubes; 
si verdaderamente no es un sonámbulo ese hombre que pasa por la calle; 
si es real este silencio que sube y baja entre el misterio y la vida; 
si es verdad que existo y que me llamo Rafael, 
y que soy algo más que una planta de carne; 
si verdaderamente las cosas existen, 
y yo también existo, 
y mi pensamiento existe; 
si verdaderamente esta dulce tarde con olor a magnolias es algo real; 
si es también real este temblor de infinito que siento latir dentro de mí; 
si verdaderamente me llamo Rafael y existo y pienso; 
si verdaderamente el mundo vive en una atmósfera densa de pensamientos desconocidos y eternos; 
si verdaderamente es así, 
¡oh, gracias, gracias por todo! 



Gabriel Celaya

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