As histórias podem contar-se ao contrário. Mas só quando começam e acabam, quando se lhe conhecem as curvas e os contornos, quando as personagens que as povoam estão definidas, quando há um começo e um fim que possa ser o começo de outra história e de outra, até mais não. Há as histórias traçadas com precisão e aquelas que vão seguindo discretas, silenciosas, disfarçadas de pequenos sinais tão invisíveis que nenhum encadeado de palavras lhes dá corpo ou vida. Essas podem começar num dia março, às escuras de um acordar ou podem estrear num fim de tarde de julho obrigado a trânsito de gente, presença em acontecimento, troca de fugazes contactos de pele em síntese de palavras, venais circunstâncias no curso da cidade. Nessas histórias, o corpo estranho dentro do corpo é protagonista, passageiro clandestino (...).
passageiro clandestino
leonor xavier
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