"Um palácio é bonito, um arranha-céu é grande, uma catedral é imponente, mas uma estrada é viva. Por isso, das construções do homem, talvez seja a estrada a que mais lhe fale ao coração, lhe sugira com aproximação maior o transitório, o inquieto, o rápido da vida. A estrada é o rio sem água; quem desce nele são os viventes. A estrada é o longe e o perto, a presença da distância, o convite à caminhada a aventura, a fuga. A estrada leva e traz, a estrada anda, vive e participa também." Rachel de Queiroz
Talvez eu seja O sonho de mim mesma. Criatura-ninguém Espelhismo de outra Tão em sigilo e extrema Tão sem medida Densa e clandestina Que a bem da vida A carne se fez sombra. Talvez eu seja tu mesmo Tua soberba e afronta. E o retrato De muitas inalcançáveis Coisas mortas. Talvez não seja. E ínfima, tangente Aspire indefinida Um infinito de sonhos E de vidas. HILDA HILST Cantares de perda e predileção, 1983
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