Não há santidade sem pedagogia nem sem tolerância
Confesso que, para mim, essa santidade imperfeita da Igreja é um consolo infinito. Não deveríamos desesperar diante de uma santidade que fosse imacula¬da e que só pudesse manifestar-se julgando-nos e queimando-nos? E quem po¬derá afirmar que não precisa de ser apoiado e sustentado pelos outros? E como poderia alguém que vive da tolerância dos outros recusar o exercício da tolerân¬cia da sua parte? Não será ela a única retribuição que ele tem para oferecer? Não será esse o único
consolo que lhe resta: apoiar tal como ele próprio é apoiado? A santidade da Igreja começa com o apoio e leva à sustentação; quando já não há apoio, deixa de existir também a sustentação, e uma existência sem sustentá-culos só pode cair no vazio.
Joseph Ratzinger in "Introdução ao cristianismo"
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