Esta semana andei de metro, na minha cidade.
À hora de ponta, ou a meio do dia, impressionou-me sempre, a força do silêncio.
As pessoas entravam e saiam. Umas permaneciam concentradas na leitura de um jornal, do último romance, do trabalho não terminado. Outras, fixavam o olhar no telemóvel e só se escutavam os pequenos cliques das teclas.
Raramente ouvi uma troca de palavras e foi preciso assistir a uma birra de crianças, para trocar um sorriso cúmplice com a mãe envergonhada.
Ninguém cumprimentava ninguém e dar uma moeda a quem pedia “por favor” parecia uma verdadeira pedrada num charco de apatia e isolamento.
Naquelas viagens de metro, vi gente de todas as raças, jovens carregados de mochilas, mães, namorados, velhos, lentos no sentar e frágeis no equilíbrio das paragens e das partidas.
Sei que este mundo não se transforma de hoje para amanhã.
Mas peço-Te que me ajudes a ser capaz de dar o meu lugar com um sorriso, de olhar com compaixão o pobre que pede esmola; peço-Te que me ajudes a não julgar os outros pelas aparências.
O que seria, Senhor, se no metro da minha cidade, o ruído da alegria enchesse o espaço?...
O que seria, Senhor, se no metro da minha cidade, soprasse a esperança de um mundo melhor?...
~
Isabel Figueiredo
http://rr.sapo.pt/rubricas_detalhe.aspx?fid=70&did=64208
À hora de ponta, ou a meio do dia, impressionou-me sempre, a força do silêncio.
As pessoas entravam e saiam. Umas permaneciam concentradas na leitura de um jornal, do último romance, do trabalho não terminado. Outras, fixavam o olhar no telemóvel e só se escutavam os pequenos cliques das teclas.
Raramente ouvi uma troca de palavras e foi preciso assistir a uma birra de crianças, para trocar um sorriso cúmplice com a mãe envergonhada.
Ninguém cumprimentava ninguém e dar uma moeda a quem pedia “por favor” parecia uma verdadeira pedrada num charco de apatia e isolamento.
Naquelas viagens de metro, vi gente de todas as raças, jovens carregados de mochilas, mães, namorados, velhos, lentos no sentar e frágeis no equilíbrio das paragens e das partidas.
Sei que este mundo não se transforma de hoje para amanhã.
Mas peço-Te que me ajudes a ser capaz de dar o meu lugar com um sorriso, de olhar com compaixão o pobre que pede esmola; peço-Te que me ajudes a não julgar os outros pelas aparências.
O que seria, Senhor, se no metro da minha cidade, o ruído da alegria enchesse o espaço?...
O que seria, Senhor, se no metro da minha cidade, soprasse a esperança de um mundo melhor?...
~
Isabel Figueiredo
http://rr.sapo.pt/rubricas_detalhe.aspx?fid=70&did=64208
Comentários
Enviar um comentário