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Estou confusa e cansada no meio de tanta agitação à volta da notícia do teu nascimento, Menino Deus. Tudo à minha volta me procura informar e quer dar a boa notícia: é Natal. Também eu vivi a expectativa da tua chegada. Preparei tudo o que me pareceu útil e importante. Cansei-me na azáfama para que nada te faltasse.
A notícia do teu nascimento correu veloz; eu já tenho conhecimento, mas ainda não caí de joelhos, em silêncio, simplesmente saboreando a Tua presença. 
De dia e de noite uma estrela guia os meus passos e parece falar; pede-me que me meta a caminho, sozinha, sem medo de andar pelas planícies ou pelos cumes dos montes; diz-me que não me faltará luz no caminho para ajudar os meus passos vacilantes; diz-me que Deus ama tanto as criaturas que não resiste ao desejo de assumir a condição humana. Recém-nascido – parece dizer-me a estrela – Ele não sabe falar, não sabe andar, não sabe comer, não sabe proteger-se do frio; precisa de mim para sobreviver; precisa dos meus cuidados para crescer e se tornar grande no mundo.
Obrigada, estrela, por me apontares o caminho do Natal; anseio pelo momento em que as palavras se calem para se ouvir o sussurro do silêncio que envolve a paz e que anuncia um estilo transcendente de habitar o mundo.
Isabel Varanda

http://rr.sapo.pt/rubricas_detalhe.aspx?fid=70&did=89602

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