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Abensonha-me. Por favor.

De noite, os seres humanos mudam seu valor. (...) Cada ser se revela apenas pela luz que emana.

Mia Couto

(Deve ser por isto que tenho tantas insónias. Há luzes na minha vida que nunca se apagam.)

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Não é uma sugestão, é um mandamento

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Eis-me

Eis-me Tendo-me despido de todos os meus mantos Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses Para ficar sozinha ante o silêncio Ante o silêncio e o esplendor da tua face Mas tu és de todos os ausentes o ausente Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca O meu coração desce as escadas do tempo [em que não moras E o teu encontro São planícies e planícies de silêncio Escura é a noite Escura e transparente Mas o teu rosto está para além do tempo opaco E eu não habito os jardins do teu silêncio Porque tu és de todos os ausentes o ausente Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Livro Sexto'