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Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2014

Vaidade das vaidades

Kalpana Chatterjee [Homilia de hoje, cá em casa] “Vaidade das vaidades. Tudo é vaidade”. Pode-se ler este texto do livro de Eclesiastes de forma angustiada, vendo a vida como um ciclo que se repete sem esperança. Vaidade vem do latim  vanitatis  que significa vazio. Tudo é vazio? Sim, sem a esperança de algo mais a vida torna-se vazia. Uahhh… O drama, o desespero do vazio… o abismo. Ok, mas, deixando de lado a frieza desse drama do vazio, podemos dar o passo de o preencher. O útero está vazio… e em cada mês prepara-se para receber uma nova vida. Caso não aconteça, esvazia-se e retoma a preparação. De facto, por vezes é preciso esvaziar o que já não interessa para dar espaço a algo mais importante ou prioritário. Dando um salto, a ressurreição também começa a ser vivida pelo túmulo que está vazio… continha apenas o essencial para perceber que Cristo já não estava lá: as ligaduras que já não prendem e convidam a desprender as nossas. Tudo é vaidade, tudo é vazio, se se perde o en
O fruto do silêncio é a oração. O fruto da oração é a fé. O fruto da fé é o amor. O fruto do amor é o serviço. O fruto do serviço é a paz. Madre Teresa de Calcutá
O fruto do silêncio é a oração. O fruto da oração é a fé. O fruto da fé é o amor. O fruto do amor é o serviço. O fruto do serviço é a paz. Madre Teresa de Calcutá

Pureza

A Jesus Crucificado

Não me move, meu Deus, para querer-te O céu que tens prometido; Nem me move o inferno tão temido Para deixar por isso de Te ofender. Tu me moves, Senhor. Move-me o ver-Te cravado nessa cruz e escarnecido. Move-me ver o Teu corpo tão ferido. Move-me ver a tua agonia e a Tua morte. Move-me, em fim, o Teu amor de tal maneira Que, mesmo que não houvesse céu, eu amava-Te E mesmo que não houvesse inferno, eu Te temeria. Nada me tens que dar porque Te queira Pois, embora o que espero não esperara, O mesmo que Te quero Te quisera. São Francisco Xavier

Tocou-me por dentro

O bem e o mal

Perguntaram: o que pensar do Bem e do Mal? - Posso falar do bem que há em vós, mas não do mal. O que é o mal senão o bem atormentado pela própria fome e pela sede? Por certo, quando o bem tem fome busca o seu alimento, mesmo nas escuras cavernas, e quando tem sede, bebe até nas águas estagnadas. Sois bons quando estais unidos, mas não sois maus quando estais divididos. Uma casa dividida não é uma cova de ladrões, é apenas uma casa dividida. E um barco sem leme pode navegar sem rumo entre perigosos recifes sem ir a pique. Sois bons, quando vos esforçais por dar qualquer coisa de vós. No entanto, não sois maus quando tratais de obter benefícios próprios. Porque quando lutais pelos vossos benefícios sois apenas uma raiz que se apega à terra e suga a sua seiva. Por certo que o fruto não pode dizer à raiz: "Sê como eu, madura, plena, e sempre pródiga da tua abundância". Para o fruto, crescer e dar é uma necessidade, do mesmo modo que o receber é uma necessidade para

Ser simples

Ser simples é muito mais do que não ser complicado. É ser verdadeiro, é prestar atenção, é ouvir com o coração e é falar sem pretender ter sempre razão. Só uma pessoa simples é capaz de estar na vida para os outros e pelos outros e fazê-lo sem se perder no essencial. Laurinda Alves

Longe, muito longe disso

Há mais caminhos do que peregrinos. Li numa livraria em Santiago.

O Caminho

As boas amizades

As boas amizades distinguem-se por sermos capazes de partilhar a chave da nossa casa interior com outra pessoa: sabemos que temos no outro alguém de plena confiança; que se alegra connosco e não se assusta com nada. A certa altura torna-se natural que o outro entre casa dentro e pegue espontaneamente no aspirador, na esfregona e no limpa-vidros e nos ajude a limpar tudo - ou seja, a nossa interioridade. O resultado é que o tempo passado com um bom amigo nos deixa como uma casa lavada e arejada. E, depois, que podemos fazer senão uma festa? Basicamente é disso que trata a amizade, não é? João Delicado (Ver para além do olhar, Facebook)

Chegámos a terra porém e esperavas-nos

Vimos a pedra vazia no interior da terra A manhã. Nós não tocámos a luz Inesperada. Pensámos Que já o sono sendo eterno te afastara E que farol que foste Agora onda após onda, brasa extinta, naufragava Nunca mais, pensámos, dormirias na proa E quase desaprendêramos a guiar o barco Em nossas viagens não amainaria mais, pensámos, e chegar a casa Seria ver multiplicar-se A nossa fome como o peixe e como o pão Chegámos a terra porém e esperavas-nos Os pés furados como conchas sobre a areia E sentámo-nos em redor para comer Daniel Faria

Voar com a asa ferida

Voar com a asa ferida? Abram alas quando eu falo. Que mais foi que fiz na vida? Fiz, pequeno, quando o tempo estava todo do meu lado e o que se chama passado, passatempo, pesadelo, só me existia nos livros. Fiz, depois, dono de mim, quando tive que escolher entre um abismo, o começo, e essa história sem fim. Asa ferida, asa ferida, meu espaço, meu herói. A asa arde. Voar, isso não dói. Paulo Leminski

O fogo que dá brilho ao olhar

Em certos momentos da nossa vida é chegada a hora de enfrentar os perigos de uma viagem cheia de sombras e medos, partindo em direção ao mais profundo de nós... ao infinito mistério onde a chama do nosso coração arde. Aí se encontra a paz verdadeira que se vai perdendo por entre tantos ruídos e pressas. É tempo de pensar em cada pilar da nossa vida… em cada decisão. Separando o que é essencial do que o não é. O que tem valor do que apenas parece. Compreender o tempo e as forças aplicadas no sentido correto e as que foram perdidas em vão. A pouco e pouco, de forma calma, vão surgindo pistas e sinais importantes... é preciso ter sossego, paciência e atenção. Não devemos decidir nada de importante sem antes o avaliarmos no sossego do nosso coração. As grandes viagens começam sempre muito tempo antes da partida. As nossas maiores obras surgem sempre primeiro no silêncio íntimo da nossa alma. É no no mais fundo de mim que me encontro. Só aí sou... eu. Estou sozinho no mundo

Lembrete

Se procurar bem, você acaba encontrando não a explicação (duvidosa) da vida, mas a poesia (inexplicável) da vida. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

O verbo no infinito

Ser criado, gerar-se, transformar O amor em carne e a carne em amor: nascer Respirar, e chorar, e adormecer E se nutrir para poder chorar. Para poder nutrir-se; e despertar Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir E começar a amar e então sorrir E então sorrir para chorar. E crescer, e saber, e ser, e haver E perder, e sofrer, e ter horror De ser e amar, e se sentir maldito. E esquecer tudo ao vir um novo amor E viver esse amor até morrer E ir conjugar o verbo no infinito... Vinicius de Moraes (1913-1980)