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Mensagens

A mostrar mensagens de 2020
a saudade primavera austera demanda de luz golpe de paz espada de angústia rezo eu e zangam-se os deuses o mar recolhe, torna crinas soltas areia ardente calas o sussurro e é verão esgotam-se os dias vazam as miragens vento encanado entras na contradança e é outono tormentas sem cabo chuva na eira casas sem homens e tu sem casa e é inverno a saudade primavera austera PO
peço ao tempo com tempo o tempo de clausura                 para viver tudo o que não viverei hei-de sentir                                     finalmente o travo das amoras que os meus pais colheram muito antes de mim PO
Há mensagens cujo destino é perder-se, palavras anteriores ou posteriores ao destinatário, imagens que saltam do outro lado da visão, signos que apontam para cima ou para baixo do alvo, sinais sem código, - mensagens embrulhadas em outras mensagens, gestos que chocam com a parede, um perfume que retrocede sem achar a sua origem, uma música que se derrama sobre si mesma como um caracol definitivamente abandonado. Mas toda a perda é o pretexto de um achado. As mensagens perdidas inventam sempre quem deve encontrá-las. Roberto Juarroz
Alheios à catástrofe geral e ao frio que faz despimo-nos colocamos na banca de cabeceira o relógio a pulseira os brincos e o mal de viver Enquanto lá fora pela cidade os outros (à sua maneira também alheios) almoçam riem conversam nós percorremos devagar as áleas de um jardim rui caeiro o quarto azul e outros poemas o sangue a ranger nas curvas apertadas do coração maldoror
nós que vivemos graves junto da madeira velha de nossas casas mastigando alguns talos de couve mal cozida e pano de lençol com dentes já usados nós que transcrevemos as manchas e rasgamos rascunhos muito antigos e alguns novos projectos recuperando móveis e faianças e todas as maçãs onde habitámos nós que temos cimento ferramentas greves e um pouco de corelli e um sistema respiratório e caracteres de imprensa e um plano geral de arruamentos e que temos livros e que estamos vivos podemos construir alguma coisa vasco graça moura noite poesia 1963/1995 quetzal editores 2007

Corona-VÊ-ME!

Ilustração: Severi

Marinheiro sem mar

Longe o marinheiro tem Uma serena praia de mãos puras Mas perdido caminha nas obscuras Ruas da cidade sem piedade Todas as cidades são navios Carregados de cães uivando à lua Carregados de anões e mortos frios E ele vai baloiçando como um mastro Aos seus ombros apoiam-se as esquinas Vai sem aves nem ondas repentinas Somente sombras nadam no seu rastro. Nas confusas redes de seu pensamento Prendem-se obscuras medusas Morta cai a noite com o vento E sobe por escadas escondidas E vira por ruas sem nome Pela própria escuridão conduzido Com pupilas transparentes e de vidro Vai nos contínuos corredores Onde os polvos da sombra o estrangulam E as luzes como peixes voadores O alucinam. Porque ele tem um navio mas sem mastros Porque o mar secou Porque o destino apagou O seu nome dos astros Porque o seu caminho foi perdido O seu triunfo vendido E ele tem as mãos pesadas de desastres E é em vão que ele se ergue entre os sinais Buscando pela luz da madrugada pura Chamando pelo vento que há no cais
https://pastoralsj.org/creer/2500-tiempos-liturgicos-y-espiritualidad-cotidiana?fbclid=IwAR195iliVo3mpZIna83_V13eofkip42udNEMFuq2KKZ2IapjDUOvWz7eo4E Durante el año, a veces uno tiene la sensación de que las homilías se suceden domingo tras domingo sin poder casi distinguir una de otra. Algo que se nos dice puede ayudar en un momento dado, pero no tardamos en olvidarlo. Sin embargo, en tiempos litúrgicamente relevantes, esto parece cambiar. No hace tanto terminábamos de pasar el Adviento y la Navidad, y celebrábamos una Buena Noticia, que Dios ha nacido en nuestras vidas y que es luz que ha de ser compartida. Un nuevo comienzo. Después regresó el tiempo ordinario a la liturgia y a nuestras vidas, y ahora, en menos de lo que parece, ya estamos a punto de arrancar la cuaresma, y pronto nos descubriremos en Semana Santa. Las palabras de los sacerdotes ya evocan otra serie de cosas: conversión, pecado, cruces, “muertes” de cada uno, dónde estaba Dios en cada una de ellas, etc
há seiva dentro das histórias que conquistam sombras num chapéu de palha  ao velho do paredão dói-lhe o mar tanto como as articulações é ali que medita em angústia a angústia do azul não ser para sempre quanto te perguntarem por que não chegaste diz que .... nau              ...fra ...gaste em todos os pores-de-sol há mar no céu dos que querem ver deixa o barco à esquina é sempre tempo de fuga PO