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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2012
Se vens à minha procura, eu aqui estou. Toma-me, noite, sem sombra de amargura, consciente do que dou. Nimba-te de mim e de luar. Disperso em ti serei mais teu. E deixa-me derramado no olhar de quem já me esqueceu. eugénio de andrade as mãos e os frutos poesia fundação eugénio de andrade 2000
Filhos dum deus selvagem e secreto E cobertos de lama, caminhamos Por cidades, Por nuvens E desertos. Ao vento semeamos o que os homens não querem. Ao vento arremessamos as verdades que doem E as palavras que ferem. Da noite que nos gera, e nós amamos, Só os astros trazemos. A treva ficou onde Todos guardamos a certeza oculta Do que nós não dizemos, Mas que somos. josé carlos  ary dos santos
"Nunca nos compreendemos completamente, mas podemos e poderemos fazer muito melhor do que compreendermo-nos." Friedrich  Novalis
Só Deus pode criar, Mas tu podes dar valor ao que Ele criou. Só Deus pode dar vida,  Mas tu podes transmiti-la e respeita-la. Só Deus pode fazer crescer, Mas tu podes guiar e orientar. Só Deus pode dar fé, Mas tu podes ser um sinal de Deus para o teu irmão. Só Deus pode dar o amor, Mas tu podes aprender a amar o teu irmão. Só Deus pode dar força, Mas tu podes animar os outros. Só Deus pode dar esperança, Mas tu podes devolver a confiança ao teu irmão. Só Deus pode dar o gozo, Mas tu podes sorrir sempre. Só Deus é o caminho, Mas tu podes ensiná-lo ao teu irmão. Só Deus é luz, Mas tu podes fazê-la brilhar para o teu irmão. Só Deus pode fazer milagres, Mas tu tens de oferecer-lhe os teus cinco pães e os dois peixes. Só Deus pode fazer o impossível, Mas tu tens de fazer o possível. Só Deus Se basta a Si mesmo, Mas Ele quis ter necessidade de cada um de nós.

Hoje - Creu (22-06-2012)

O mais importante não é... Eu procurar-Te, mas sim que Tu me procures por todos os caminhos (Gen 3,9); Eu chamar-Te pelo Teu nome, mas sim que Tu tens o meu nome marcado na palma da Tua mão ( Is 49,16 ); Eu gritar-Te quando nem palavras tenho, mas sim que Tu entras suavemente em mim com o Teu grito ( Rom 8,26 ); Eu ter projectos para Ti, mas sim que Tu me convidas a caminhar contigo em direcção ao futuro (Mc 1,17); Eu compreender-Te, mas sim que Tu me compreendes até ao meu último segredo (1Cor 13,12); Eu falar de Ti com sabedoria, mas sim que Tu vives em mim,e Te exprimes à Tua maneira (2Cor 4,10 ): Eu guardar-Te na minha caixa de segurança, mas sim que eu sou como uma esponja no fundo do Teu oceano (EE 335 ); Eu amar-Te com todo o meu coração e todas as minhas forças, mas sim que Tu me amas com todo o Teu coração e com todas as Tuas forças ( Jo 13,1 ); Eu consolar-me e planificar, mas sim que o Teu fogo arde dentro dos meus ossos ( Jer 20,9 ) ; Porque, como é que eu seria capaz de pr
Há duas formas de corrigir outra pessoa: uma, é fazer ver ao outro que está errado, e insistir nisso com a contundência e o número de vezes necessárias para que não esqueça o seu comportamento; a outra forma de corrigir uma pessoa é fazer ver ao outro que deve e como pode crescer: indicar-lhe como subir mais um degrau. A grande diferença é que a primeira forma de correcção, condena a pessoa e prende-a ao passado; a segunda, liberta-a dos seus actos e oferece-lhe um futuro. Os bons educadores são exímios nesta última. João Delicado, sj Facebook - "Ver para além do olhar"

Não morri

Se tivesse morrido nesse dia, faltava uma grande quantidade de acontecimentos enormes na minha vida José Luís Peixoto 10:40  Segunda, 18 de Junho de 2012 Não tenho memória, pequena ou grande, do momento em que decidi levantar-me da toalha. Estaria talvez a prestar atenção a qualquer outro pensamento, mas levantei-me da toalha e, de certeza, caminhei até à água. A minha memória começa no momento em que estava com água pelos joelhos. Ao longo da minha vida, tenho estado em muitas praias, poucas de beleza mais extravagante do que aquela. Natureza a encontrar-se com natureza. De um lado, a natureza-água, mar com a cor certa, a temperatura certa, horizonte lá longe, no limite; do outro lado, a natureza-terra, areia limpa, dunas, sons comparáveis ao silêncio; por cima, a natureza-céu e, já se sabe, céu é céu, justo. Eu e o Milagre éramos as únicas pessoas em toda a praia. As únicas pegadas na areia eram nossas. Quando me levantei da toalha, devo ter-lhe perguntado se q

Nada por isso. Estamos Juntos

Sendo este o meu último testemunho vou falar-vos daquilo que nunca vai deixar de me acompanhar, por mais distantes que sejam as coordenadas por onde me venha a encontrar nos próximos tempos. Vou falar-vos do que mais me impressionou. Vou falar-vos daquilo que de mais rico o meu coração leva deste imenso País. As pessoas. As pessoas que o representam na perfeição. São pessoas calorosas, tal como o clima; São pessoas intensas, tal como a chuva; São pessoas cheias de vida, tal como as cores das paisagens de caminho; São pessoas cheias de força, tal como os trabalhos que lhes são exigidos; São pessoas doces, tal como a sua fruta; São pessoas verdadeiras, tal como a vida se mostra por estes lados; São pessoas alegres, tal como a sua música; São pessoas sedutoras, tal como as suas danças; São pessoas humildes, tal como o seu continente; São pessoas transparentes, tal como as suas águas; São pessoas delicadas, tal como o seu artesanato; São pessoas simples, tal como

Deus escreve direito por linhas tortas

A absoluta ausência de futuro é a essência da morte. Fé sem futuro seria uma fé morta. Revelar-se-ia como irrealizável para o homem aplicado ao amanhã e não conseguiria fascinar ninguém. Também mais ninguém se  engajaria por ela. Uma fundamentação da fé, de acordo com a problemática atual, tem de empenhar-se primeiramente em salientar a dimensão do futuro próprio da fé. Walter Kasper ,  Introdução à fé , Telos, pág. 172   http://tribodejacob.blogspot.pt/2012/06/fe-e-futuro.html
Um fenómeno curioso é o das senhoras que se apresentam nas festas de saltos altos tão desconfortáveis, que só conseguem pensar em quanto tempo falta para os descalçar. Esta é uma ótima imagem das idealizações que fazemos de nós próprios. Podemos querer usar outro tipo de “saltos altos”: algo que nos faça parecer mais elegantes, mais inteligentes, mais eficientes ou mais santos; mas se essa imagem não corresponde à realidade, mais tarde ou mais cedo, ficaremos exaustos: não há nada tão cansativo como tentar ser o que não somos. E, como dizia o Pe. Evaristo Vasconcelos, “se não aceito o que sou, não chego ao que quero ser”. João Delicado, sj Facebook - "Ver para além do olhar"
“Deus é assunto delicado de pensar, faz conta um ovo: se apertarmos com força parte-se, se não seguramos bem cai”. Mia Couto
Talvez porque vivemos numa cultura que nos impele quase sempre à vitória, à posse e à conquista, em que o sucesso é geralmente medido pela quantidade e em que parece que só os heróis (façam o que fizerem, desde que sejam heróis) é que são dignos de admiração, deixámos de dar espaço. Sim, deixámos de ceder terreno. Mas a que é que deixámos de dar de espaço? A tudo. Simplesmente, não queremos perder nada. De alguma forma, julgamos que a nossa liberdade é algo que devemos preservar a todo o custo, o que é óbvio, mas o problema é que confundimos essa liberdade com a nossa vontade de não sermos condicionados, de sermos independentes, de termos tudo na nossa mão. Seja na relação que temos uns com os outros ou na relação que temos com Deus, a sensação é de que temos de conquistar alguma coisa. Mas, na verdade, parece-me que se trata muito mais de dar espaço ao Outro, deixar que seja o Outro a conquistar terreno em nós, ainda que isso nos desarrume e nos roube tempo e nos implique
   De novo o mar que espero sentada à   janela   que dá para as rosas. Que dá para todas as ruas que passei com os teus passos.  Para a estrada onde virámos a cabeça para não ver o homem esvaído no chão. Depois comemos na casa de um amigo, bebemos e falámos como se a vida fosse eterna. À volta a estrada estava limpa, sem sinais de sangue. As luzes sobre o mar nas duas margens e a tua mão na minha perna. Lá no céu um homem esventrado procura as suas asas. Nada sei de anjos.  Eu que espero o mar todos os dias acredito na rotação da terra e na lei da gravidade. Mas quando chegas o corpo não tem peso e as palavras voam em redor de nós alagadas em suor. E vem o mar. Rosa Alice Branco
As cartas são bocados de nós e contam histórias de uma época que passou. O seu valor reside no olhar de quem as recebeu e naquele de quem as escreveu. Deixa-las cá ficar, significa que outros olhares se debruçarão, impiamente, sobre elas. E, a mim, isso desagrada-me. Neste momento, ando a preparar-me para queimar cartas que, ao longo da minha vida conservei e que não quero nem devo partilhar com quem cá fica. Todas elas tiveram um tempo, que foi meu. E que guardei, na ilusão de que o tempo também se guarda. Não é verdade!  Helena Sacadura Cabral, no  Delito de Opinião .
Cego: o incrível dom da vista, mas cego perante tantas coisas… Morto: tanta vida oferecida, mas tantos momentos sem viver a fundo. Traidor: o meu melhor amigo, e em tantas ocasiões negado. Juiz: tanta bondade sem preço, e por tantas sem-razões julgado. Testemunha indiferente: o milagre do teu só olhar, e por tantos vãos motivos não implicado. Incrédulo: tanta divindade manifestada, e falto de fé por tantas vulgares ocupações. Olho, e não vejo em mim mais do que outro espinho na tua coroa, outra cruz sobre o teu ombro fadigado, o que te nega três, e mil vezes… E salvas-me a mim também, a MIM: cego, morto, traidor, juiz, indiferente, incrédulo… Quem sou eu, para dares a Tua vida nesse madeiro? O que te move de mim, que amas tanto, que Te das até ao fim? Quem, para o milagre da Tua ressurreição? Mudo, absorto e de joelhos, porque de outra forma não pode ser: e Tu diante, Senhor, e eu contigo. DIEZ, Miguel  - “Me salvas a
Há uns anos, uma campanha contra o racismo, usou um lema que ficou famoso: "todos diferentes, todos iguais", dizia. Os frutos foram positivos: o termo “tolerância” entrou em força no nosso léxico; tornou-se palavra de ordem na sociedade portuguesa. No entanto, ficar pela tolerância seria pouco - seria vivermos justapostos; cabe-nos chegar à apreciação - para vivermos olhos nos olhos: chegar a apreciar quem não é, ou quem não pensa, como nós. De facto, para vivermos em paz, para estarmos em comunhão, não precisamos de ser iguais; devemos é perder o medo ao diferente. O outro, de ameaça passará a descoberta. Facebook- "Ver para além do olhar" João Delicado, sj
Já vi matar um homem é terrível a desolação que um corpo deixa sobre a terra uma coisa a menos para adorar quando tudo se apaga as paisagens descobrem-se perdidas irreconciliáveis entendes por isso o meu pânico nessas noites em que volto sem razão nenhuma a correr pelo pontão de madeira onde um homem foi morto arranco como os atletas ao som de um disparo seco mas sou apenas alguém que de noite grita pela casa há quem diga a vida é um pau de fósforo escasso demais para o milagre do fogo hoje estive tão triste que ardi centenas de fósforos pela tarde fora enquanto pensava no homem que vi matar e de quem não soube nunca nada nem o nome     josé tolentino mendonça baldios assírio & alvim 1999

Alma virgem

O luar enche a terra de miragens E as coisas têm hoje uma alma virgem, O vento acordou entre as folhagens Uma vida secreta e fugitiva, Feita de sombra e luz, terror e calma, Que é o perfeito acorde da minha alma. Sophia de Mello Breyner Andresen

A ANÉMONA DOS DIAS

Aquele que profanou o mar E que traiu o arco azul do tempo Falou da sua vitória Disse que tinha ultrapassado a lei Falou da sua liberdade Falou de si próprio como dum Messias Porém eu vi no chão suja e calcada A transparente anémona dos dias. Sophia de Mello Breyner Andresen

MAR

I De todos os cantos do mundo Amo com um amor mais forte e mais profundo Aquela praia extasiada e nua, Onde me uni ao mar, ao vento e à lua. II Cheiro a terra as árvores e o vento Que a Primavera enche de perfumes Mas neles só quero e só procuro A selvagem exalação das ondas Subindo para os astros como um grito puro. Sophia de Mello Breyner Andresen

Biografia

Tive amigos que morriam, amigos que partiam Outros quebravam o seu rosto contra o tempo. Odiei o que era fácil Procurei-me na luz, no mar, no vento. Sophia de Mello Breyner Andresen
Máquina de respirar a roupa Close Project Estes meses não vão deixar que falte sol. Junho e julho são uma espécie de irmãos gémeos. As pessoas confundem-nos muitas vezes: disseste junho ou julho? Nesta época, há pessoas que chegam com um mês de antecedência. Chegam a correr, a perguntar se estão atrasados e toda a gente fica a olhar para eles, sem perceber qual é a pressa. Estavam convencidos de que qualquer coisa era em junho mas, afinal, só irá ser em julho. Há pequenas diferenças: o "n" e o "l", um tem trinta dias ou outro tem trinta e um. Há grandes semelhanças: as cores são as mesmas, os dias amanhecem com a mesma promessa. Tiro a roupa da máquina. Se o mundo tivesse começado neste preciso momento, ninguém seria capaz de imaginar que, há poucos minutos, esta mesma roupa girava com toda a velocidade no interior da máquina. Agora, há apenas a serenidade. Com elegância, a roupa sai da máquina como uma senhora do século XIX que estende a mão para que a
Fui tua professora na universidade, não consegui servir-te de Mestre, mas encontrei em ti esse privilégio maior do ensino: uma alma capaz de acrescentar cor à tela que lhe apresentamos. Inês Pedrosa, in Fazes-me Falta
entre a amizade e a paixão 6.08.2012 Não sei se vos já aconteceu o mesmo. Às vezes crio laços de amizade tão fortes com uma mulher que, a determinada altura, já não sei se me estou a apaixonar por ela ou não. Não acontece sempre, claro, mas acontece às vezes e costuma ser tortuoso. Estranho, pelo menos, é. Saio regularmente com uma mulher durante algum tempo, apenas porque me sabe bem tomar um café com ela e dar dois dedos de conversa, mas depois começo a sentir-me tentado a envolver-me com ela para além dessa amizade. Isto aconteceu-me, vá lá, umas dez vezes na vida. Uma dessas vezes foi em tempo recorde. Ia no comboio para Coimbra com a Jamila e, muito perto de nós, um tipo com uns auscultadores na cabeça ia a perguntar a todos os passageiros se gostavam da música, enquanto abanava a cabeça ao ritmo dum som que ninguém conseguia ouvir. Nitidamente, pensava que todos escutavam o mesmo que ele. Nitidamente também, tinha um parafuso a menos. Todos naquele compartimen
Paulo Roberto Gaefke Sabes porque o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso? É porque teve a humildade de se colocar alguns centímetros abaixo de todos os rios. Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, permanecer alguns centímetros acima de todos os rios, não seria mar, mas sim uma ilha. Toda sua água iria para os outros e estaria isolado. A perda faz parte. A queda faz parte. A morte faz parte. É impossível vivermos satisfatoriamente. Precisamos de aprender a perder, a cair, a errar e a morrer. É impossível ganhar sem saber perder. É impossível andar sem saber cair. É impossível acertar sem saber errar. É impossível viver sem saber morrer. Se aprenderes a perder, a cair, a errar, ninguém te controlará. Porque o máximo que te poderá acontecer a é cair, errar e perder. E isso já tu sabes. Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma naturalidade o ganho e a perda, o acerto e o erro, o triunfo e a queda, a vida e a morte. http://www
Em sonhos rua que encanta e uma trombeta irreal mentiras são que levanta um anjo celestial. Que seja sonho ou não seja, logo a mentira se afunda, se a gente de cima o veja, que todo o anjo é corcunda. Pelo menos é-o a sombra na parede do meu quarto. jean cocteau poesia do século xx (de thomas hardy a c. v. cattaneo) antologia e tradução de jorge de sena editorial inova 1978
«É cada ser humano que precisa de paz, é em cada ser humano que reside esse desejo e é no palco de cada ser humano que a paz precisa de dançar.» Prem Rawat
EVANGELHO Mc 12, 18-27 Naquele tempo, foram ter com Jesus alguns saduceus – que afirmam não haver ressurreição – e perguntaram-lhe: «Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se morrer a alguém um irmão, que deixe esposa sem filhos, esse homem deve casar-se com a viúva, para dar descendência a seu irmão’. Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem deixar descendência. O segundo casou com a viúva e também morreu sem deixar descendência. O mesmo sucedeu ao terceiro. E nenhum dos sete deixou descendência. Por fim morreu também a mulher. Na ressurreição, quando voltarem à vida, de qual deles será ela esposa? Porque todos os sete se casaram com ela». Disse-lhes Jesus: «Não andareis vós enganados, ignorando as Escrituras e o poder de Deus? Na verdade, quando ressuscitarem dos mortos, nem eles se casam, nem elas são dadas em casamento; mas serão como os Anjos nos Céus. Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes no Livro de Moisés, no episódio da sarça ardente, como Deus disse: ‘Eu