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A mostrar mensagens de janeiro, 2017
Ver o meu romance, "o nosso reino", reduzido a duas frases, e por duas frases julgado, é sintomático do tempo de sentenças sumárias em que vivemos. Opinar passou a ser uma espécie de chelique imediato em que a maioria dos opinantes não sabe o que está em causa; não sabe, por isso, o que está a dizer. "o nosso reino" é a narrativa de uma criança de oito anos, de profunda candura, que ausculta a figura de deus numa tristeza grande pelos infortúnios da vida. Entre os assuntos que magoam esta criança estão as terríveis palavras que lhe dizem sobre a tia e, mais tarde, sobre um tio que chega de França. Essas duas passagens, no cômputo do livro inteiro, estão como punhais no peito puro da criança, e quem lê o livro não se choca com as palavras, choca-se com a tristeza e o desamparo de que se fala. Nos meus livros é-me comum abordar o abandono a que somos votados. Sou, desde sempre, impressionado pela solidão e "o nosso reino" é um retrato de uma solidão esp
Ama quem amas, como o vento Ama as folhas do olmo (Amor que lhes transmite movimento E alegria). Asa que possa andar no firmamento, Só caminha no chão por cobardia. miguel torga nihil sibi 1948

South Sudan: Miracle child

https://www.msf.org.uk/article/south-sudan-miracle-child There is very little that can surprise a general surgeon. And in the field, as a general surgeon, you get to see it all. You get to do the usual general surgical procedures, which is bowel surgery with its many variations. You get to deal with orthopaedic cases. And you get to deal with obstetric emergencies. For me, the latter was the least familiar. As general surgeons, we don’t get that much training in obstetrics and gynaecology anymore. Agok Paradise I did my first caesarean section in the field in Agok, during my first mission with Médecins Sans Frontières/Doctors Without Borders (MSF). They call the place ‘Agok Paradise’. In many ways it is. I joined an experienced surgeon in the field, and he kindly showed me the ropes. C-sections are not that complicated, if everything goes as planned. As any medic knows however, things don’t always go as planned. There was a 32-year-old lady who came to Agok hospital complaining o
Quando se está de luto, por norma, pouco ou nada apetece fazer. Eu não gosto de ter comiseração por mim própria, pelo que entendi que devia tentar sair do casulo e fazer algo que me pusesse a "girar". A decisão foi a de ir com amigos ver o Silêncio, filme de que de que me tinham dado muito boas referências. Como costumo fazer a minha escolha pelos realizadores, o deste, Martin Scorcese, era, para mim garantia suficiente. Pois bem, não aconteceu bem assim. É claro que se trata de um filme importante, com grande qualidade cinematográfica e que se ocupa de um tema - as atrocidades cometidas contra os missionários que foram evangelizar o Japão no século XVI - que interessa aos católicos e a todos os que se preocupam com determinados valores. Mas o conteúdo desiludiu-me um pouco, porque Scorcese parece filiar-se naqueles que só vêm no cristianismo uma rota de dor para alcançar Deus.  Ora eu ando a pregar, há muito, que o meu Deus é dor e sofrimento, mas é também alegria e pra
Ama e faz o que quiseres. Se calares, cala com amor; Se gritares, grita com amor; Se corrigires, corrige com amor; Se perdoares, perdoa com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, Nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos. Santo Agostinho

Próxima Estação

Querida amiga, Já terás partido para longe quando estiveres a ler estas linhas... permite-me que partilhe contigo o que sinto a respeito desta tua grande mudança... Nunca é bom colocarmos qualquer tipo de âncora na saudade ou nos sonhos. A nossa casa, o nosso país, é o lugar onde nós estamos. É aí que temos de ser quem somos. É aí que temos de descobrir a felicidade de cada dia. Tudo o resto é estrangeiro.  Cada homem pertence tanto ao sítio de onde vem como àquele para onde vai. A ideia de que as nossas raízes nos prendem e condenam segue na linha errada da outra, também comum, de que os sonhos nos fazem perder... não, a vida é esta forma de ir sendo sempre mais, o que se foi, tanto quanto o que ainda não se é... uma viagem, não uma estação.    Sei que partes com dor porque temes perder quem aqui fica e não ter ninguém por lá, onde chegarás... sabes, em pouco tempo, terás de aceitar que muitos dos que agora lamentam muito a tua partida, se preocuparão tão pouco em sab

Medalhas da solidão

Público  27 de Janeiro de 2017, 6:43 Opinião Um menino de 8 anos mostra-me o quarto. Está cheio de brinquedos. Por cima da porta, quase escondidos, vejo dezenas de círculos de papel, todos escritos com letras maiúsculas, em vermelho. "O que é isto?" O menino encolhe os ombros, impaciente para irmos jogar futebol: "Isso não é nada..." Sigo caminho mas mais tarde volto lá para ler o que dizem. Um diz "Por tomar banho sozinho". Outro "Por lavar os dentes sozinho M. e noite". Logo abaixo "Dormir sozinho". Depois "Vestir-se sozinho", "Medalha arrumar os brinquedos sozinho" e "Comer sozinho com faca". A única medalha que não menciona a palavra "sozinho" dá-lhe os parabéns por "pôr a louça na máquina". Compreendi logo porque é que ele encolheu os ombros. São pouco comemorativas estas falsas medalhas, escritas com caneta de feltro e cheias de apressadas abreviaturas. São de c

Coisas que têm quereres

"Embarca em mim Que o tempo é curto Lá vem a noite Faz-te mais perto"
Na sombra Cleópatra jaz morta. Chove. Embandeiraram o barco de maneira errada. Chove sempre. Para que olhas tu a cidade longínqua? Tua alma é a cidade longínqua. Chove friamente. E quanto à mãe que embala ao colo um filho morto — Todos nós embalamos ao colo um filho morto. Chove, chove. O sorriso triste que sobra a teus lábios cansados, Vejo-o no gesto com que os teus dedos não deixam os teus anéis. Porque é que chove? Fernando Pessoa
O problema não é meter o mundo no poema; alimentá-lo de luz, planetas vegetação. Nem tão- pouco enriquecê-lo, ornamentá-lo com palavras delicadas, abertas ao amor e à morte, ao sol, ao vício, aos corpos nus dos amantes - o problema é torná-lo habitável, indispensável a quem seja mais pobre, a quem esteja mais só do que as palavras acompanhadas no poema. Casimiro de Brito
deixas-me nas mãos a tua alma, como um casaco. Marguerite Yourcenar
1 Quando eu morrer – e hei-de morrer primeiro do que tu – não deixes fechar-me os olhos meu Amor. Continua a espelhar-te nos meus olhos e ver-te-ás de corpo inteiro como quando sorrias no meu colo. E, ao veres que tenho toda a tua imagem dentro de mim, se, então, tiveres coragem fecha-me os olhos com um beijo. Eu, Marco Pólo, farei a nebulosa travessia e o rastro da minha barca segui-lo-ás em pensamento. Abarca nele o mar inteiro, o porto, a ria… E, se me vires chegar ao cais dos céus, ver-me-ás, debruçado sobre as ondas, para dizer-te adeus. 2 Não um adeus distante ou um adeus de quem não torna cá, nem espera tornar. Um adeus de até já, como a alguém que se espera a cada instante. Que eu voltarei. Eu sei que hei-de voltar de novo para ti, no mesmo barco sem remos e sem velas, pelo charco azul do céu, cansado de lá estar. E viverei em ti como um eflúvio, uma recordação. E não quero que chores para fora, Amor, que tu bem sabes qu
Que é um poeta? Um homem infeliz que esconde profundas agonias no seu coração, mas cujos lábios estão conformados de tal modo que, quando o suspiro e o grito por eles fluem, soam como uma bela música. Passa-se com ele como com os infelizes que eram demoradamente torturados com fogo brando no touro de Fálaris: os seus gritos não podiam chegar aos ouvidos do tirano para o aterrorizar – a ele soavam-lhe como uma doce música. E os homens aglomeram-se em torno do poeta e dizem-lhe: «depressa, canta outra vez», [o que] quer dizer, «que novos sofrimentos martirizem a tua alma e que os lábios continuem a estar conformados como antes, pois o grito apenas nos angustiaria, mas a música é encantadora». E vêm os autores de recensões, que dizem: «está correcto, assim deve ser, de acordo com as regras da estética». Ora, isso percebe-se: também um autor de recensões se parece com um poeta como duas gotas de água, só não tem agonias no coração, nem música nos lábios. Eis por que prefiro ser guardador
desde o momento em que deixámos de amar-nos existe apenas uma grande desordem. Cristina Peri Rossi
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre. Clarice Lispector

one to go!

Fragmentos

“Filosofias, ideias, glórias profanas, gerações e impérios passam: são como os suspiros efémeros do esforço humano: só ela permanece e permanecerá, a cruz - esperança dos homens, confiança dos desesperados, amparo dos frágeis, asilo dos vencidos, força maior da humanidade.” Eça de Queirós, o crime do Padre Amaro
Não: devagar.  Devagar, porque não sei Onde quero ir. Há entre mim e os meus passos Uma divergência instintiva. Há entre quem sou e estou Uma diferença de verbo Que corresponde à realidade. Devagar... Sim, devagar... Quero pensar no que quer dizer Este devagar... Talvez o mundo exterior tenha pressa demais. Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo. Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima... Talvez isso tudo... Mas o que me preocupa é esta palavra devagar... O que é que tem que ser devagar? Se calhar é o universo... A verdade manda Deus que se diga. Mas ouviu alguém isso a Deus? Álvaro de Campos (30-12 1934) In Poesia, Assírio & Alvim, ed. Teresa Rita Lopes, 2002
Estarei ainda longe de Ti, quem quer que sejas ou eu seja? Cresce a noite à minha volta, terei palavras para falar-Te? E compreenderás Tu este, não sei qual de nós, que procura a Tua face entre as sombras? Quando eu me calar sabei que estarei diante de uma coisa imensa. E que esta é a minha voz, o que no fundo de isto se escuta. Manuel António Pina, Nenhum Sítio (1984)
Estamos graves a ir por esse longe que vem ao nosso encontro. E assim ir e vir resumem ver como vai sendo feliz o tempo que o tempo tem. Mas o tempo tem-se a si somente quando refém da palavra que o diz. Dizê-lo deixa-o, porém, exposto a um vento sem fim, que venta sem fim. Amen. Fernando Echevarría in Lugar de Estudo, Editora Afrontamento (2009)

A Vida não Está por Ordem Alfabética

A vida não está por ordem alfabética como há quem julgue. Surge... ora aqui, ora ali, como muito bem entende, são miga­lhas, o problema depois é juntá-las, é esse montinho de areia, e este grão que grão sustém? Por vezes, aquele que está mesmo no cimo e parece sustentado por todo o montinho, é precisamente esse que mantém unidos todos os outros, porque esse montinho não obedece às leis da física, retira o grão que aparentemente não sustentava nada e esboroa-se tudo, a areia desliza, espalma-se e resta-te apenas traçar uns rabiscos com o dedo, contradanças, caminhos que não levam a lado nenhum, e continuas à nora, insistes no vaivém, que é feito daquele abençoado grão que mantinha tudo ligado... até que um dia o dedo resolve parar, farto de tanta garatuja, deixaste na areia um traçado estranho, um desenho sem jeito nem lógica, e começas a desconfiar que o sentido de tudo aquilo eram as garatujas.  António Tabucchi, in 'Tristano Morre'

Eis-me

Eis-me Tendo-me despido de todos os meus mantos Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses Para ficar sozinha ante o silêncio Ante o silêncio e o esplendor da tua face Mas tu és de todos os ausentes o ausente Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca O meu coração desce as escadas do tempo [em que não moras E o teu encontro São planícies e planícies de silêncio Escura é a noite Escura e transparente Mas o teu rosto está para além do tempo opaco E eu não habito os jardins do teu silêncio Porque tu és de todos os ausentes o ausente Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Livro Sexto'

A alma

A alma, ao contrário do que tu supões, a alma é exterior: envolve e impregna o corpo como um fluido envolve a matéria. Em certos homens a alma chega a ser visível, a atmosfera que os rodeia tomar cor. Há seres cuja alma é uma contínua exalação: arrastam-na como um cometa ao oiro esparralhado da cauda - imensa, dorida, frenética. Há-os cuja alma é de uma sensibilidade extrema: sentem em si todo o universo. Daí também simpatias e antipatias súbitas quando duas almas se tocam, mesmo antes da matéria comunicar. O amor não é senão a impregnação desses fluidos, formando uma só alma, como o ódio é a repulsão dessa névoa sensível. Assim é que o homem faz parte da estrela e a estrela de Deus. Raúl Brandão

Fragmentos

“She asked ‘you are in love, what does love look like’  to which i replied ‘like everything i’ve ever lost come back to me.” Nayyirah Waheed
Por vezes, de um dia que vivemos, de um filme, de um poema por vezes de alguém, conservamos uma palavra. Não saberemos explicar porquê, mas essa palavra aloja-se dentro do nosso pensamento, atravessa vagarosamente os nossos silêncios, fecha-se à chave dentro de nós. José Tolentino Mendonça

a lua

Há tanta solidão naquele ouro. Lua destas noites é igual À do primeiro Adão. Os longos séculos Da humana vigília cumularam-na E antigo pranto. Olha-a. É o teu espelho. jorge luís borges obra completas 1975-1985 vol. III a moeda de ferro (1976) trad. fernando pinto do amaral editorial teorema 1998
Se queres compreender a palavra 'felicidade', indispensável se torna entendê-la como recompensa e não como fim. Antoine de Saint-Exupéry
tu estás ali onde termina a palavra longe observas o Outono a desprender-se da pele avermelhada das árvores e sentes nos olhos que é Novembro tal como sentes e sabes e calas que demasiadas vezes dizemos ‘breve será’ talvez só para não dizer ‘adeus’ Rocío Wittib
Desejar aplausos em arte é mais uma necessidade do que uma vaidade. É sentir que se é necessário, que nos querem. Não há nada mais esterilizante do que estar o dia inteiro no consultório à espera de doentes que nos passam à porta e vão à consulta do vizinho. Escrever para a posteridade não consola nem estimula ninguém. A legítima oração de todo o artista, quer queiram, quer não, tem de ser esta: dai-nos, Senhor, um pouco de glória em vida. Miguel Torga, in "Diário (1947)
"Podemos viajar por todo o mundo em busca do que é belo, mas se já não o trouxermos connosco, nunca o encontraremos." Ralph Emerson
Um das mais importantes ferramentas da interioridade é o ato de deixar que as coisas sejam como são. E talvez não haja tempo mais apropriado do que este para deixar que cada coisa seja como é: deixar que o Sol seja Sol; deixar que o frio seja frio; deixar que Deus seja Deus; deixar que aquela pessoa seja como é. Não é um deixar permissivo ou complacente: é um deixar integrador e celebrativo que nos permite ser como somos, com as pessoas e as coisas, que são como são. E quando cada coisa é como é, a verdade, a paz, a alegria acabam por vir ao de cima. É a esse nascer por dentro - fruto da aceitação - que todos somos convidados. Ver para além do olhar - facebook

Auto-retrato

No retrato que me faço - traço a traço - às vezes me pinto nuvem, às vezes me pinto árvore... ás vezes me pinto coisas de quem nem há mais lembranças... ou coisas que não existem mas que um dia existirão... e, desta lida, em que busco - pouco a pouco - minha eterna semelhança, no final, que restará? Um desenho de criança... Corrigido por um louco! Mário Quintana 
Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões, não falaria em Deus nem no Pecado - muito menos no Anjo Rebelado e os encantos das suas seduções, não citaria santos e profetas: nada das suas celestiais promessas ou das suas terríveis maldições... Se eu fosse um padre eu citaria os poetas, Rezaria seus versos, os mais belos, desses que desde a infância me embalaram e quem me dera que alguns fossem meus! Porque a poesia purifica a alma ...a um belo poema - ainda que de Deus se aparte - um belo poema sempre leva a Deus! Mário Quintana

Das utopias

Se as coisas são inatingíveis... ora! não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora a mágica presença das estrelas!  Mário Quintana
Cada uno se va como puede, unos con el pecho entreabierto, otros con una sola mano, unos con la cédula de identidad en el bolsillo, otros en el alma, unos con la luna atornillada en la sangre y otros sin sangre, ni luna, ni recuerdos. Cada uno se va aunque no pueda, unos con el amor entre dientes, otros cambiándose la piel, unos con la vida y la muerte, otros con la muerte y la vida, unos con la mano en su hombro y otros en el hombro de otro. Cada uno se va porque se va, unos con alguien trasnochado entre las cejas, otros sin haberse cruzado con nadie, unos por la puerta que da o parece dar sobre el camino, otros por una puerta dibujada en la pared o tal vez en el aire, unos sin haber empezado a vivir y otros sin haber empezado a vivir. Pero todos se van con los pies atados, unos por el camino que hicieron, otros por el que no hicieron y todos por el que nunca harán. Roberto Juarroz
Wherever God has put you, that is your vocation. It is not what we do but how much love we put into it. Mother Teresa

Todos os Amores Servem para Construir

Nenhum amor serve para destruir. E é essa a diferença entre amar demais e amar inteira, entre querer-te para sempre e recusar-te até nunca mais. Acreditei que o amor era isto: esta precisão, esta doentia necessidade de ti, esta incapacidade de continuar para além do que fomos, para além do que és, para além do que não podia deixar de ser. Acreditei que amar era a maior das precisões, a maior das necessidades. E foi assim que, lentamente, me fui desnecessitando: deixando de precisar de mim e passando a precisar de ti no meu lugar. Anulei-me para te deixar entrar; saí do poder para te deixar governar. Mas até os amores desgovernados precisam de governo. Havia a destruição entre nós. Pouco a pouco, todos os dias, nos íamos aniquilando, devorando, canibalizando sem piedade. Eu queria sempre mais de ti e tu querias sempre mais de mim. E não havia carne para tanta fome. E não havia medo para tanta vontade. Construímos, em nós, no que fomos, uma arma de destruição massiva: uma arma de destrui
Com muita sabedoria, estudando muito, pensando muito, procurando compreender tudo e todos, um homem consegue, depois de mais ou menos quarenta anos de vida, aprender a ficar calado. Millôr Fernandes

Fragmentos

«No creo en brujas, pero que las hay, las hay»

" SIGNIFICADO NOME PATRÍCIA ORIGEM NOME PATRÍCIA Latim SIGNIFICADO NOME PATRÍCIA “ Da Pátria “  (Deriva del latín patricius: aquella que es noble.) CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES NOME PATRÍCIA Este nome representa alguém que  gosta de ajudar , que se realiza na ligação emocional que estabelece com o outro, que valoriza a companhia e a amizade. Tem um espírito inquieto, vibrante e rebelde e uma forte atração pela novidade. Meiga, sociável e de trato fácil , tem características de  independência  e, por isso, é feliz numa relação afetiva onde impere a confiança e em que ambos mantenham alguma  autonomia . Empenha-se de modo determinado na defesa dos seus valores e trabalha para o sucesso das causas em que se revê e acredita. TRAÇOS GERAIS DA PERSONALIDADE NOME PATRÍCIA Personalidade multifacetada, versátil e adaptável, mas também hesitante e incerta. De  espírito vivo, independente e curioso  é uma anti conformista. A inquietude e o desejo de mudar d

Propósitos

Amigo

"O amigo é a resposta aos teus desejos. Mas não o procures para matar o tempo! Procura-o sempre para as horas vivas. Porque ele deve preencher a tua necessidade, mas não o teu vazio." Khalil Gibran
A poesia fugiu do mundo. O amor fugiu do mundo — Restam somente as casas, Os bondes, os automóveis, as pessoas, Os fios telegráficos estendidos, No céu os anúncios luminosos. A poesia fugiu do mundo. O amor fugiu do mundo — Restam somente os homens, Pequeninos, apressados, egoístas e inúteis. Resta a vida que é preciso viver. Resta a volúpia que é preciso matar. Resta a necessidade de poesia, que é preciso contentar. in Pássaro cego (1930) Augusto Frederico Schmidt (1906-1965)
Ainda te falta dizer isto: que nem tudo o que veio chegou por acaso. Que há flores que de ti dependem, que foste tu que deixaste algumas lâmpadas acesas. Que há na brancura do papel alguns sinais de tinta indecifráveis. E que esse é apenas um dos capítulos do livro em que tudo se lê e nada está escrito. Albano Martins
entre a saliva e os sonhos há sempre uma ferida de que não conseguimos regressar e uma noite a vida começa a doer muito e os espelhos donde as almas partiram agarram-nos pelos ombros e murmuram como são terríveis os olhos do amor quando acordam vazios. Alice Vieira

Primeiro e depois

Sentir primeiro, pensar depois Perdoar primeiro, julgar depois Amar primeiro, educar depois Esquecer primeiro, aprender depois Libertar primeiro, ensinar depois Alimentar primeiro, cantar depois Possuir primeiro, contemplar depois Agir primeiro, julgar depois Navegar primeiro, aportar depois Viver primeiro, morrer depois Paulo Roberto do Carmo
Não há machado que corte a raiz ao pensamento não há morte para o vento não há morte Se ao morrer o coração morresse a luz que lhe é querida sem razão seria a vida sem razão Nada apaga a luz que vive num amor num pensamento porque é livre como o vento porque é livre manuel freire / carlos oliveira 1969

muchísimas gracias

O mesmo planeta, dois mundos

O que têm em comum um hospital em Viena de Áustria e um hospital em Maputo, Moçambique? Há uns dias visitei o Hospital Central de Viena. Uma das maiores unidades de saúde europeias: duas mil camas de interamento, dez mil funcionários, alguns dos mais reputados da Europa em áreas sofisticadas como a radiologia. Aliás, o hospital foi o escolhido para receber o primeiro Somaton Drive do mundo. Um aparelho ainda sem preço definido e que estará para a radiologia como o Rolls Royce está para a indústria automóvel. Os dois mil metros quadrados do Hospital incluem uma loja de próteses, onde se vendem muletas verdes, vermelhas, de todas as cores menos do enfadonho cinzento. Há escadas e passadeiras rolantes, que guiam os utentes até aos vários serviços. Um sistema de riscas coloridas, marcadas no chão, ajuda a que ninguém se perca. Pelos corredores amplos, de chão de linóleo impecavelmente limpo, passam miúdos de bata branca, com ar preocupado – é um hospital universitário muito exigente e a
Juro dizer a meia-verdade a meia-mentira o centauro por inteiro nada mais que a sedução da sereia o passo em falso, verdadeiro na beira de um desfiladeiro juro com a mão direita sobre a bíblia e a mão esquerda abanando em nome de Deus, de Zeus de Oxalá ou da besta juro que os que quiserem somente a verdade vão perder o melhor da festa Ricardo Silvestrin
Neste mundo  Por cima do inferno  Contemplo as flores  Kobayashi Issa
Mandei a palavra rimar, ela não me obedeceu. Falou em mar, em céu, em rosa, em grego, em silêncio, em prosa. Parecia fora de si, a sílaba silenciosa. Mandei a frase sonhar, e ela se foi num labirinto. Fazer poesia, eu sinto, apenas isso. Dar ordens a um exército, para conquistar um império extinto. Nunca sei ao certo se sou um menino de dúvidas ou um homem de fé certezas o vento leva só dúvidas ficam de pé. Paulo Leminski
Se todo o ser ao vento abandonamos E sem medo nem dó nos destruímos, Se morremos em tudo o que sentimos E podemos cantar, é porque estamos Nus em sangue, embalando a própria dor Em frente às madrugadas do amor. Quando a manhã brilhar refloriremos E a alma possuirá esse esplendor Prometido nas formas que perdemos. Sophia de Mello Breyner Andresen

Coisas que têm quereres

Dos meus favoritos

Aqui, deposta enfim a minha imagem, Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem. No interior das coisas canto nua. Aqui livre sou eu - eco da lua E dos jardins, os gestos recebidos E o tumulto dos gestos pressentidos, Aqui sou eu em tudo quanto amei. Não pelo meu ser que só atravessei, Não p'lo meu rumor que só perdi, Não p'los incertos actos que vivi, Mas por tudo de quanto ressoei E em cujo amor de amor me eternizei. Sophia de Mello Breyner Andresen

Belo

Papa recorda tudo o que aprendeu com mães ao longo da sua vida

01 jan, 2017 - 10:21 • Filipe d'Avillez , Aura Miguel Papa Francisco incensa imagem de Nossa Senhora. Foto: Angelo Carconi/EPA O Papa Francisco fez um elogio às mães, este domingo, durante a missa de Nossa Senhora Mãe de Deus, no Vaticano. Durante a homilia, o Papa disse que tinha aprendido muito com as mães que foi conhecendo ao longo da sua vida, em diferentes situações. “Aprendi muito com as mães que, tendo os filhos na prisão ou estendidos numa cama de hospital ou subjugados pela escravidão da droga, esteja frio ou calor, faça chuva ou sol, não desistem e continuam a lutar para lhes dar o melhor; ou com as mães que, nos campos de refugiados ou até no meio da guerra, conseguem abraçar e sustentar, sem hesitação, o sofrimento dos seus filhos.” “Mães que dão, literalmente, a vida para que nenhum dos filhos se perca. Onde estiver a mãe, há unidade, há sentido de pertença: pertença de filhos”, concluiu Francisco. O Papa lamentou ainda as situações em
Não temos de sentir-nos culpados de todos os horrores que se dão à nossa volta. Não seria justo. Nem lógico. Só podemos ser responsáveis das pequenas barbaridades que fazemos normalmente. Pablo Casares
Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto Esse eterno levantar-se depois de cada queda Essa busca de equilíbrio no fio da navalha Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo Infantil de ter pequenas coragens Vinicius de Moraes

10 NEW YEAR’S RESOLUTIONS INSPIRED BY DISNEY•PIXAR CHARACTERS

Should auld acquaintance be forgot and never brought to mind? Sure. Should your New Year’s resolutions be inspired by Disney•Pixar characters? Definitely!Take 2016 to infinity and beyond with these New Year’s resolutions ranging from the incredible to the emotional to everything in between: 1. Don’t judge a shark by its cover. So, you meet a 300-toothed great white shark* while looking for your clownfish son and you’re a bit anxious about it. We’ve all been there. Instead of jumping to hasty conclusions about this “predator,” take a minute to get to know the guy. He might just be the biggest sweetheart in the deep blue sea. *Warning: Do NOT swim with great white sharks. 2. Want to get back in shape? Just try lifting a few train cars. Getting a superhero bod is easy as 1, 2, 3 tons of steel. Visit your local abandoned train lot to find out more (or maybe just hit the gym). 3. Make a new friend. Name him/her “Debbie.” Friends come in all species and abilities. Whether it’s a reptile