Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2014

Das esculturas mais bonitas que conheço

Mother and child, 1950 umlauf sculpture garden

Soube que o Carlos ia à procura da mãe numa missa. Soube-me bem ler!

Faz hoje uma semana que o Carlos (nome fictício) me falou a dizer que tinha encontrado a mãe, que procurava há 26 anos, depois desta o ter abandonado quando tinha 4 anos. Foi nessa tarde para Vila Franca de Xira e nessa noite mandou-me uma mensagem a dizer:  - “Gosto muito de estar com a mãe”.  Mais tarde, quando lhe falei e lhe perguntei se a mãe o tinha recebido bem e se tinha gostado de o ver, disse-me com simplicidade e despreocupação:  - “Bem, acho que eu gostei mais do que ela”.  Fiquei a pensar se não iria haver um desajuste entre eles - uma mãe que abandona e um filho que não pensa em mais ninguém e em mais nada senão nela e em a encontrar... No dia seguinte, terça-feira, veio ao Porto e despediu-se do emprego, fez contas com amigos, despediu-se também de mim. E na própria terça-feira voltou para Vila Franca ao fim da tarde.  Quando tentei que ele reconsiderasse tanta precipitação, disse-me com uns olhos molhados: -  “Não pode perceber, ninguém pode perceber.
 Não é pelo número, é simplesmente porque do pouco, do pequeno e do possível,  conseguimos fazer o aparentemente impossível. Biomédicas, este ano, missiona em Mesão Frio!

Luz

Hay días en que tus ojos están perdidos para la vida, para cualquier visión que encierre una esperanza. Sales a la ventana y miras sin ver el infinito ocaso que preanuncia una mañana. Es de mañana y ya ves el ocaso, tus ojos están perdidos, es mejor que los cierres. Que los cierres o encuentres una razón poderosa  para recoger la luz que traspasa los párpados. Tenés escondidas pasiones en las pupilas que antes se abrían descuidando el ocaso. Todas son noches: las mañanas son noches y las tardes. Pero la luz no ha encenderse jamás, sólo hay controles para la oscuridad. Pero la luz no ha de apagarse jamás, porque la llevás sin tregua en el fondo de los ojos. Cristian Aliaga Há dias em que teus olhos estão perdidos para a vida, para qualquer visão que contenha uma esperança. Vais à janela e olhas sem ver o infinito  ocaso que prenuncia a manhã. É de manhã, mas tu já vês o ocaso, estão perdidos teus olhos, é melhor que os cerres. Que os cerres ou então encontres uma razão poderosa para col

Todo o silêncio

De nome inteiro, o escritor está sentado à mesa. Quem terá tratado do arranjo de flores que tem à sua frente? O microfone funciona. Enquanto apresento o meu livro em bibliotecas e livrarias, acabo quase sempre por te referir. Nesses momentos, és personagem de episódios, autor de frases, portador de lições que ainda fazem sentido. Muito raramente, como se me espreitasses através de uma frincha, o teu olhar pode atravessar essas palavras que escolho para te mencionar. Eras chuva de muitos dias seguidos, essas palavras são uma gota. Não é possível saber o que entendem as pessoas que me olham. Posso imaginar o que quiser a partir da sua atenção, escolho a melhor possibilidade, a mais benévola. Leio algumas páginas do livro em voz alta, exactamente como se estivesse a descobri-las. O escritor está disponível para autografar os seus livros. Por favor, formem a fila nesta direcção. A minha caligrafia, embaraçosa como a minha voz gravada em vídeos antigos de festas de anos. De cad

Entrega-te (Absolutamente maravilhoso!)

(Muito obrigada, amigo meu ;-) ) Estende a mão. Estende a mão e não a abras. Aprende a partilhar. Aprende a duvidar se tens mais para dar ou para receber. Mostra primeiro a tua mão. O que guardas não é relevante. Mostra primeiro os teus dedos, os nós, as rugas. Mostra primeiro o que te faz igual e não o que te afasta. Espera o olhar. Espera a indignação e a curiosidade. Espera que a surpresa te encontre e te sorria. Deixa que te explorem e te estudem por alguns segundos. Que desconfiem das tuas razões. Espera o momento certo. Vais saber quando. E então, com paciência de monge, deixa que aconteça. Compõe o sorriso mais sincero e oferece-o. Terás construído uma ponte em vez de uma muralha. Oferece a tua mão ou aceita a outra. Pouco importa desde que ambas se encontrem. Sai de ti por um momento. Sente o toque, segura o tempo. Sustém o fôlego, agarra a vida. Sai de ti para te encontrares. Firma esse instante sem cingir as vontades. Não se quer preso laço tão es

O verdadeiro gesto de amor

Aquilo que de verdadeiramente significativo podemos dar a alguém é o que nunca demos a outra pessoa, porque nasceu e se inventou por obra do afecto. O gesto mais amoroso deixa de o ser se, mesmo bem sentido, representa a repetição de incontáveis gestos anteriores numa situação semelhante. O amor é a invenção de tudo, uma originalidade inesgotável. Fundamentalmente, uma inocência. Fernando Namora, in 'Jornal sem Data'.
Se um dia tivesse filhos das primeiras coisas que lhes ensinaria seria a descalçarem-se e a ouvirem o silêncio sussurrado da terra. Juro que ensinava. É tão bom!!!

El Puente

É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem sabe ver. G. Garcia Marquez

Vida(s)

“Paulo, são tantas as vezes que pergunto o que é a vida. Passei fronteiras, fugitivo da morte certa. Lembro-me em cada dia da minha família, de como seria se voltasse. Será isso viver? Será o recordar viver? Há dias que é uma merda. Sim, claro, estou a ser apoiado como refugiado, agradeço. Mas há dias que é uma merda. Eles estão lá e eu fugi. Que opção teria? Morrer? Aqui morro aos pedaços.” Regresso a casa, com as palavras a ecoar. Observo o rosto de cada pessoa no metro. Humedecem-me os olhos. Eu próprio sinto-me ridículo. Acendo a vela e vem-me a vontade de gritar muito… muito. Que fizemos? Que fazemos, nós humanos? Sim, há dias que é uma merda. A merda do poder. E vêm as ânsias de liberdade. E junto mais um nome à lista por quem penso, rezo e entrego a Deus.  http://oinsecto.blogspot.pt/2014/10/vidas_22.html

El árbol del amor - 30º Domingo de Tiempo Ordinario, CicloA

Uma dose de Café, e duas de Fé, por favor ;-)

Confiança = Con Fides , com Fé. Confiar nos outros é sair de nós próprios, é colocarmo-nos nas mãos dos outros, porque os outros são dignos de fé. Pe. Rui, sj De que vale ter crença em Deus se perdemos a fé nos homens? Mia Couto

e.e.cummings

Quando olhas e vês

Extrai do todos-os-dias

Extrai do todos-os-dias o hoje de todo-o-sempre até ao fim do mundo quando o sol gelar a última eternidade. Embala amanhã nos braços dos outros a criança esquecida que foi agora atropelada por mil automóveis em todas as ruas do mundo… Procura nas lágrimas recentes os olhos que hão-de chorá-las daqui a dez mil anos… E se queres a glória de ser ignorado pelo egoísmo do futuro ouve, Poeta do Desdém Novo: canta os mortos das barricadas e a volúpia das dores do tempo. (Mas pede às rosas que continuem a repetir-se até ao fim das pedras… ─ em memória do sangue apagado dos homens.) josé gomes ferreira pessoais 1939-1940 poesia III portugália 1971

Conto Contigo

Dos meus filmes favoritos

-You know when you love something so much you start to hate it? -Yes. -Is that what happened to you and your books? -I stopped looking at my books when I stopped loving life. -Why did you stop loving life? -Well, you don't love life itself. You love... places, animals, people, memories, food, literature, music. And sometimes you meet someone... who requires all the love you have to give. And if you lose that someone, you think everything else is gonna stop too. But everything else just keeps on going. Giraudoux said, you can miss a single being, even though you are surrounded by countless others. Those people are like extras. They cloud your vision. They are a meaningless crowd. They area an unwelcome distraction. So you seed oblivion in solitude. But solitude only makes you wither. -So, I am an unwelcome distraction. I am a cloud? -You are the only part of my life I haven't figured out yet. Mr. Morgan's last love
There are not sacred and profane things, places, and moments. There are only sacred and desecrated things, places, and moments—and it is we alone who desecrate them by our blindness and lack of reverence. It is one sacred universe, and we are all a part of it. http://myemail.constantcontact.com/Richard-Rohr-s-Meditation--The-Infinite-in-the-Finite.html?soid=1103098668616&aid=DlHIOBDCfik

Amo viajar descalço

Amo aquilo que arde o que voa e se abre o que enlouquece e cresce o que salta e se move aquilo que bebe os ventos e é música e contacto o que é vasto e é casto o que é milagre e perigo e se espreguiça e respira e viaja por capricho. Amo viajar descalço. Carlos Edmundo de Ory

Este dia sem ti

Parecia-me que este dia sem ti devia ser inquieto, escuro. Em vez disso está repleto de uma estranha doçura, que aumenta com o passar das horas – quase como a terra após um aguaceiro, que fica sozinha no silêncio a beber a água caída e pouco a pouco nas veias mais profundas se sente penetrada. A alegria que ontem foi angústia, tempestade – regressa agora em rápidas golfadas ao coração, como um mar amansado: à luz suave do sol reaparecido brilham, inocentes dádivas, as conchas que a onda deixou sobre a praia. in MORTE DE UMA ESTAÇÃO, sel. e trad. de Inês Dias, Lisboa: Edições Averno, 2012

Na dúvida e sem dúvida ;-)

A beleza

Beauty begins in the moment you decide to be yourself. Encontrei-me com esta frase na montra de uma loja. Cobria o vidro com palavras carregadas e servia de janela a um manequim. Estava despido. Não mostrava as grandes percentagens de desconto, os chapéus, brincos, colares, pulseiras, anéis, camisas, casacos, calças, sapatos, carteiras e os brilhantes do costume. Só a frase e o boneco despido, a branco. Entrei e deixei-me ficar. "Vestimo-nos", muitas vezes, dos sonhos de outros, das atitudes de outros, dos medos de outros, dos desejos de outros, mas que nada dizem do que realmente somos, são como que uma pele que não nos pertence. Deixamo-nos sufocar em números largos e apertados, desajustados do que somos e seguimos a tendência do costume, do outro, dos outros, do aceite, do que esperam de nós. Vamos pelo brilho, quase sempre o brilho! E é tão difícil despirmo-nos do brilho, do centro das atenções, do sucesso, do que sobressai da realidade, das imposições de out

O espiritual

O espiritual não tem outro propósito senão o de nos aproximar da realidade. O problema é se identificamos a realidade com aquilo a que chamamos ‘factos’: o ‘que’ se diz, o ‘que’ me aconteceu, o ‘que’ vejo nos jornais, o ‘que’ se publica no facebook, o ‘que’ os meus sentidos apreendem. Na verdade, a realidade tem muitas camadas. E podemos escolher viver à superfície, sujeitos a determinada parcela de realidade, ou podemos alargar a vista e o coração para vivermos inteiros, em profundidade, mais dentro da realidade. Ou o espiritual serve para chegar aí ou então não é espiritual. Ver para além do olhar, Facebook