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A mostrar mensagens de maio, 2012

Aprender a dizer não (Biologia 30.05.2012)

Senhor Jesus, bem sabes como sou exigente comigo. Aquilo que faço nunca me parece muito bem. Esta manhã, quero pedir-Te que me ensines a humildade de me aceitar tal como sou. Com limites e fragilidades. Sem máscaras. Os mais novos da família dizem a mãe faz a melhor mousse do mundo ou  se a tia me tricotasse um casaquinho p´ró bebé... E mais «isto» e «aquilo». Vou aceitando pedidos, parece até que gosto que mos façam. Mas quando digo «sim», há um qualquer orgulho que se parece com generosidade, não sei bem ... O stress aumenta. A tensão sobe. . Senhor Jesus, preciso mesmo  de aprender a dizer não. Dizer um não que não é preguiça. É que reconheço que ninguém pode fazer tudo. Que hoje eu saiba dizer não com humildade e respeito por mim. P´ra poder respirar. Sentar-me sem tarefas. Sem ruídos. E assim encontrar-me. E assim encontrar-Te. Maria Teresa Frazão http://rr.sapo.pt/rubricas_detalhe.aspx?fid=70&did=62241
Desmorrer Por Miguel Esteves Cardoso Desta vez, a Maria João teve sorte. Nunca tinha visto uma médica a chorar. Foi a Maria João que puxou as lágrimas, quando a Dra. Teresa Ferreira lhe disse que não havia mais metástases dentro dela. Ficámos os três a chorar e a olhar para os outros olhos a chorar. A minha amada já tinha esquecido o futuro. Já não queria saber da casa nova, do tecido para forrar os sofás, do Verão seguinte. Estava convencida que estava cheia de metástases. Doía-lhe o corpo todo. Tinha desanimado. Estava preparada para a morte. Só a morte é mais triste. Tinha-se preparado para ouvir o que já sabia, para não se assustar quando lhe dissessem que o cancro na mama tinha voltado e que se tinha espalhado por toda a parte. Depois - mas não logo, porque não é de momento para o outro que se desmorre - voltou a ver vida pela frente. Reapareceu um horizonte e um caminho até lá, com passos para dar. "São tão raras as boas notícias", disse a médica, "e é tão bom d
As pedras que atirámos, ouço-as cair, cristalinas, ao longo dos anos. No vale, as confusas ações de um instante voam chiando de copa em copa e silenciam-se e desvanecem-se mais que o agora, deslizam como andorinhas de cume em cume, até que tenham atingido o mais afastado dos planaltos ao longo da fronteira do ser. Onde todos os nossos atos caem cristalinos sem mais sítio em que cair que não em nós mesmos. Tomas Tranströmer ("17 Poemas", 1954)

Para me deitar, de novo, no sangue que me iniciou.

Demoro-me no outro lado de mim porque me atrai esse ser impossível que sou esse ser que me nega ... para que seja ainda eu Porque desejo esse alguém que me invade e me ocupa que me usurpou a palavra e o gesto me fez estrangeiro do meu corpo e me deixou mudo, contemplando-me. Lanço-me na procura da minha pedra no infindável trabalho de me reconstruir recolhendo os sinais do meu desaparecimento percorrendo o revés da viagem para regressar a um lugar inabitável. Todas as vezes que me venci não me separei do meu sonho derrotado e, assim, me fiz nuvem reparti-me em infinitas gotas para que fosse bebido, vertido, transpirado e voltasse de novo a ser céu transparência de azul, harmonia perfeita e poder regressar ao lugar interior para me deitar, de novo, no sangue que me iniciou. Mia Couto
Morrer depois de me despedir das palavras, uma a uma. E no final, descontada a lágrima, restar uma única certeza: não há morte que baste para se deixar de viver. Mia Couto
“Nunca se reza sozinho. Minha tristeza era demasiado grande, sem dúvida. Eu só pedia a Deus por mim. Ele não veio.” “Oh” eu sei perfeitamente que o desejo da oração é já uma oração, e que Deus não saberia pedir mais. Porém eu não me desobrigava de um dever. A oração era-me nesse momento tão indispensável como o ar aos meus pulmões e o oxigénio ao meu sangue. Atrás de mim não estava já a vida quotidiana, familiar, à qual acabamos  de escapar num impulso, conservando  dentro de nós a certeza de voltarmos a ela quando quisermos. Atrás de mim não havia nada. E diante de mim um muro, um muro negro.” Bernanos, Journal d'un curé de campagne
Então uma mulher disse-lhe: Fala-nos da alegria e da tristeza. E ele respondeu: A vossa alegria não é outra se não a vossa tristeza sem máscara. E a mesma cisterna de onde se elevam os vossos risos ficou repleta tantas vezes com as vossas lágrimas. E como poderia ser de outra forma? Quanto  mais profunda for a tristeza que despedaça o vosso ser, tanto maior é a alegria que podeis conter. E a taça que recebe o vosso vinho não é a mesma que foi cozida no forno do oleiro? E a lira que encanta a vossa alma não é a mesma madeira que foi esculpida por uma faca? Quando estais alegres, sondai profundamente o vosso coração e verificareis que o que vos dá a alegria também é o que vos dá a tristeza. Quando sentirdes mágoa, olhai de novo para o vosso coração e vereis que, na realidade, chorais por aquilo que foi a vossa alegria. Alguns de entre vós dizem: a alegria é maior que a tristeza, e outros dizem: a tristeza é maior. Mas eu vos digo que elas são inseparáveis. Jun
É preciso viver com os pés na terra e a cabeça no céu. Isto é, ser realista sem perder o ideal. Aliás, um ideal - e não um idealismo - é uma meta concreta, possível, onde se pretende chegar. Por isso, a primeira coisa que a pessoa de ideais tem a fazer é conhecer muito bem a sua realidade. Só conhecendo e amando essa realidade, saberá fazê-la crescer e purificá-la do que não é ideal. NÃO HÁ SOLUÇÕES, HÁ CAMINHOS Vasco P. Magalhães, sj Edições Tenacitas  365 vezes por ano não perguntes porquê, mas para quê.
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já não têm a forma do nosso corpo e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo de travessia e se não ousarmos fazê-la teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

Hoje (25.05.2012) Foi um bom começo ;-)

Nós nunca nos realizamos. Somos dois abismos — um poço fitando o Céu.                                                                                Fernando Pessoa.
Como é audível o teu amor. O teu cuidar triste de uma coisa triste. A tua dependência das coisas escuras. A tua necessidade de enrolares as palavras que te explicam. As pedras intensas dos teus olhos, filhas do peito e tão frias. Tão  impossíveis no sal da tua vida. Ficarás. Ficarás para sempre abraçada a um navio naufragado, mas que é capaz de existir assim. E tu és tão capaz de amar em surdina, de possuir o frio do nosso silêncio, morrendo tu, todas noites, caindo devagar no nosso sono comum.  Patrícia Baltazar,  ré menor
«Love is not the product of any culture but rather the principle that begets and develops cultures that flourish, as it also is the principle that is violated when cultures crumble and decay» Bernard Lonergan -  "Method in Theology"
Si es verdad que existo y que me llamo Rafael;  si es verdad que estoy aquí  y que esto es una mesa;  si es verdad que soy algo más que una piedra oscura entre ortigas,  algo más que una áspera piedra en el fondo de un pozo.  Si verdaderamente es real esta extraña claridad violeta de la tarde,  si esos grises y malvas son casas y nubes;  si verdaderamente no es un sonámbulo ese hombre que pasa por la calle;  si es real este silencio que sube y baja entre el misterio y la vida;  si es verdad que existo y que me llamo Rafael,  y que soy algo más que una planta de carne;  si verdaderamente las cosas existen,  y yo también existo,  y mi pensamiento existe;  si verdaderamente esta dulce tarde con olor a magnolias es algo real;  si es también real este temblor de infinito que siento latir dentro de mí;  si verdaderamente me llamo Rafael y existo y pienso;  si verdaderamente el mundo vive en una atmósfera densa de pensamientos desconocidos y eternos;  si verdaderamente es así,  ¡oh, gracias,
«Aquelas que nos parecem ser as nossas piores orações podem na realidade ser, aos olhos de Deus, as nossas melhores. Aquelas, quero dizer, que são menos apoiadas numa sentimentalidade devocional. Pois elas podem surgir de um nível mais profundo do que o sentimento. Deus às vezes parece falar-nos mais intimamente quando ele nos apanha, por assim dizer, desprevenidos.» C. S. Lewis -  "Letters to Malcolm (...)"
Se aqui, à beira-mar, o meu indício Na areia o mar com ondas três o apaga, Que fará na alta praia Em que o mar é o Tempo? Ricardo Reis, Odes, Lisboa, Edições Ática, 1994
«O psiquiatra procura desfazer as confusões, o confessor oferece a energia para as ultrapassar. O primeiro ajuda a olhar para a culpa, o segundo garante a graça de que é possível começar de novo, mesmo com culpa. O assumir da culpa e o perdoar deviam andar juntos.» Vasco Pinto de Magalhães -  "Não Há Soluções, Há Caminhos"
Maria nasceu para... Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria? Vede para que nasceu. Nasceu para que d'Ela nascesse Deus. Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde; perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança. Padre António Vieira
começamos a existir quando se repara na nossa ausência Eduardo Lourenço
XXI Se eu pudesse trincar a terra toda E sentir-lhe um paladar, E se a terra fosse uma coisa para trincar Seria mais feliz um momento... Mas eu nem sempre quero ser feliz. É preciso ser de vez em quando infeliz Para se poder ser natural... Nem tudo é dias de sol, E a chuva, quando falta muito, pede-se. Por isso tomo a infelicidade com a felicidade Naturalmente, como quem não estranha Que haja montanhas e planícies E que haja rochedos e erva... O que é preciso é ser-se natural e calmo Na felicidade ou na infelicidade, Sentir como quem olha, Pensar como quem anda, E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre, E que o poente é belo e é bela a noite que fica... Assim é e assim seja... 7-3-1914 “O Guardador de Rebanhos”.  Poemas de Alberto Caeiro . Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luís de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946.   - 45.
Há alturas na vida em que precisamos de mudar de (l)atitude. Ter essa coragem. Precisamos sair um bocadinho da nossa zona de conforto e aceitar que o princípio também pode ter fim. Abrir os braços aos recomeços, agradecer por tudo o que temos e desejar que a vida (tão sábia e previdente) nos conduza sempre pelo melhor caminho. É preciso ter humildade para admitir que não estamos sempre certos e que pedir desculpa por erros e falhas é sinal de maturidade e não de fraqueza. E depois deste exercício urge virar a página e seguir em frente. É que uma mudança, naturalmente imposta por outras mudanças, é um momento de renovação. E para a viver em pleno e aproveitar tudo o que tem para nos dar é preciso parar de olhar para trás, projectar o olhar no horizonte e confiar no que está por vir. Com fé, muita fé. Fé em nós, nos outros e em tudo o que de bom merecemos receber. http://asnovenomeublogue.blogspot.pt/2012/05/mudar.html
por ANSELMO BORGES 19 Maio 2012 49 comentários O tempo nunca ninguém o viu. Claro, não me refiro ao tempo meteorológico, mas àquele tempo que no faz envelhecer e morrer: um dia já cá não estaremos. O tempo tem que ver com a finitude: é o modo como o ser finito se vai fazendo. Há múltiplas experiências do tempo. Ele há o tempo circular, cíclico - tudo vai e tudo volta -, e o tempo linear, histórico e ascendente. Há o tempo entrecruzado: no presente, está vivo o passado - ele é o futuro do passado -, como está presente o futuro enquanto conjunto de projectos, de sonhos, esperanças e expectativas. Claro, há o tempo dos calendários e medido pelos relógios, e há o tempo da duração interior, como reflectiu penetrantemente o filósofo Henri Bergson: há o tempo mecânico, quantitativo, e o tempo da consciência, qualitativo. E lá está o tempo irrequieto e enervante de uma noite de insónia, que nunca mais passa, semelhante ao tempo pastoso de uma conferência inútil e insana, que nos precipit
Um dia dás por ti e tens, não exatamente a vida com que sempre sonhaste, mas a vida que precisavas de ter, a vida que te faz feliz. Um dia dás por ti e és toda sorrisos e alegrias, misturada com nervoso miudinho e frios na barriga, porque vês os projetos que não tinhas mas aos quais te afeiçoaste ganharem asas. Um dia percebes que vives a vida num estado de excitação e deslumbramento. Um dia és feliz. Tão feliz que quase que dói. Tão feliz que vives em pontas dos pés, devagarinho, com medo de espantares este bem-estar. Um dia és feliz. Há sempre um dia em que és feliz. http://tantoparacontar.blogspot.pt/2012/05/um-dia-es-feliz.html

Devemos sujar as mãos, D. Januário Torgal Ferreira, 201205

“Não devemos ter medo de sujar as mãos, ajudando os miseráveis da terra. Para que servirá ter as mãos limpas, se as temos nos bolsos?”, exclamou em Fátima, em 13 de Maio, o Cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente do Conselho Pontifício da Cultura. A higiene das mãos parece perder-se quando abraçamos “o coração das massas”, onde a multidão dos pobres nos suplica a Boa Nova e nos pede pão, água, saúde, emprego e a defesa das crianças. Tocar nestas questões é ser cúmplice de leprosos. As mãos sujam-se. Mas, em estado mais lastimável, ficam as línguas que caluniam e inventam. Tem-se medo. Certos temas são campos semeados de bombas, dinamitando pessoas, intenções, percursos… Sujar as mãos… É melhor – dizem-nos - não cumprimentar pessoas, não emitir opiniões, não frequentar “más companhias”. As mãos sem calos eram prova de mandrianice. As mãos limpas são equipamentos de jogadores que, em qualquer desporto, preferem entregá-los sem mácula, a esforçarem-se, desorganizando o uniforme. Há tan
AURA MIGUEL Não há coisa mais triste do que tentar dar respostas a perguntas que não se fazem… Bento XVI explica-o bem na mensagem deste ano para o Dia Mundial das Comunicações Sociais que se assinala no próximo domingo. 18-05-2012 9:47 O tema deste ano é a relação entre palavra e silêncio. E, tendo em conta a vertiginosa dinâmica da comunicação actual, "o homem de hoje vê-se frequentemente bombardeado por respostas a questões que que nunca se pôs e a necessidades que não sente. Por isso, o silêncio é precioso para favorecer o necessário discernimento entre os inúmeros estímulos e tantas respostas que recebemos, justamente para identificar e focalizar as perguntas verdadeiramente importantes". A consistência da minha vida, passa pois, por habituar-me a parar e a pensar pela minha cabeça… Para não ser engolida neste emaranhado de informações e ruídos tantas vezes manipuladores. http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=96&did=62833
Viemos tarde demais para ser Deuses e cedo demais para o Ser. Heidegger Não acredites que basta um avião para alcançar os lugares mais distantes. Às vezes, perto e longe são uma misturada. José Luís Peixoto
"Se não ligasse o meu trabalho à História não faria qualquer trabalho.(...)o que eu quero escrever liga-se aos factos e aos homens passados, mas não em termos de arqueologia. O que eu quero é desenterrar os homens vivos." José Saramago
"Não há nada fora da história, a ficção acaba por reflectir sempre a história, a história está nela mesmo que seja na última franja do que se narra." José Saramago
Beira, 25 de Abril de 2012 Fui deixar a Maria ao machimbombo às 3h da manhã -  machimbombo  é o nome dado aos autocarros aqui em Moçambique. Viajar num, pode ser uma risota: compra-se de tudo a vendedores que surgem de lado nenhum, ouve-se o inimaginável, cheiram-se novidades, assiste-se ao impensável! Por outro lado, é também um risco. Nunca se sabe o que vai acontecer: as avarias sucedem-se; os pneus furam sem terem suplentes; os destinos são alterados a meio do caminho; o cobrador pode mandar sentar uma pessoa ao colo doutro passageiro durante horas de viagem   (a Maria já deu colo a um homem de fato e gravata durante 6 horas); passageiros podem ser expulsos, deixados no meio do nada – porque a polícia está adiante e o machimbombo não tem licença para transportar tanta gente; e por aí adiante... Poucas horas depois de partir num machimbombo amarelo cortado por riscas vermelhas, com a palavra « Jesus » escrita nos costados, a Maria escreveu-me um sms: “ ta tudo óptimo, do

Fátima e um Deus do DeveHaver

13 | 05 | 2012   21.56H Isabel Stilwell | editorial@destak.pt Em ano de crise, o 13 de Maio em Fátima contou com mais peregrinos do que nunca. As reportagens das televisões colocaram todo o enfoque em quem lá estava a pedir a Nossa Senhora um milagre, sob a forma de um emprego, dinheiro para pagar o empréstimo da casa ou soluções para outras tragédias resultantes da situação financeira do Pais. Em certos momentos parecia uma sondagem à porta das urnas, uma avaliação ao exercício da Troika, ou entrevistas a manifestantes frente a S. Bento (de facto, também santo, reparo agora). " Esta a contar que a oiçam?" perguntava a repórter a uma mulher, suponho que por ter esgotado as perguntas inteligentes, para minutos depois insistir com um  homem "Mas já tem feito outros pedidos e não foi atendido, porque é que continua a vir aqui ?". Só faltava perguntar-lhe o número da senha, para verificar no placard eletrónico se ainda tinha muitos pedinchões à frente, o
Só se é um ser humano quando se esvazia a taça. Se um dia nos acovardamos, e no outro aproveitamos algum acaso feliz, a taça nos será apresentada uma terceira vez. Graham Greene
«Estes tempos representam também uma oportunidade para o cristianismo reencontrar o seu rosto mais autêntico, mais profético. Talvez sejamos menos, mas temos o dever de ir mais fundo. Talvez sejamos mais pobres, e isso nos conduza a um estilo mais essencial e evangélico. Talvez tenhamos de deixar de ser a massa para redescobrirmos que a missão dos cristãos é ser criativo fermento.» Tolentino Mendonça -  "i"  (2009/12/26)
Quarta-feira, 9 de Maio de 2012 Devemos ser os primeiros em saber ser últimos. É uma boa regra para as filas de espera, para os encontros... Quem sabe dar passagem, vai sempre à frente: na educação, na disponibilidade, na paz, na humanidade. Quem se meteu à frente já perdeu a ocasião de ser gente. NÃO HÁ SOLUÇÕES, HÁ CAMINHOS Vasco P. Magalhães, sj Edições Tenacitas  -  www.tenacitas.pt   365 vezes por ano não perguntes porquê, mas para quê
Sou Eu Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,  Espécie de acessório ou sobressalente próprio,  Arredores irregulares da minha emoção sincera,  Sou eu aqui em mim, sou eu. Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.  Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma. Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim. E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconseqüente, Como de um sonho formado sobre realidades mistas, De me ter deixado, a mim, num banco de carro elétrico, Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima. E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua,  Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda,  De haver melhor em mim do que eu. Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa,  Como de um acordar sem sonhos para um dia de muitos credores,  De haver falhado tudo como tropeçar no capacho,  De haver embrulhado tudo como a mala sem as escovas,  De haver substituído qualquer coisa a mim algures na vida. Baste! É a imp