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A mostrar mensagens de 2012
A estrada da tua felicidade não parte das pessoas e das coisas para chegar a ti, parte sempre de ti em direcção aos outros. Michel Quoist (1921-1997)

Acerca de Deus

http://www.dn.pt/revistas/nm/interior.aspx?content_id=2970002 Gonçalo M.Tavares DN 30.12.2012 - A importância do desenho. - Este desenho de 1605 mostra um cordeirito a nascer de um tronco de árvore. Está a vê-lo? - Acreditava-se que os animais nasciam do solo, como as plantas. - De qualquer maneira, a ideia de que os animais poderiam nascer de árvores é interessante. - Sim? - Sim. Em vez de árvores de fruto, árvores de animais. Árvores de mamíferos, árvores de répteis, árvores de crustáceos, etc. - Das árvores grandes nasceriam os animais de grande porte, e das minúsculas nasceriam os animais de tamanho tímido. - Por exemplo... dos bonsai? - Sim, dos bonsai? - Que animal imagina Vossa Excelência a nascer de um bonsai? E de uma laranjeira? - Caríssimo, que questões difíceis. - Mas regresso ao início e repito: Em tempos que já lá vão, acreditava-se que os animais nasciam do solo, como as plantas. - Acreditava-se, meu caro, porque se podia desenhar. - Ex

"Este homem recebe os pecadores e come com eles." (Lc 15,2)

"Regressaram ao seu país por outro caminho." (Mt 2,12)

"Quanto ao que prometemos, o Senhor seja para sempre testemunha entre nós." (1 Sm 20,23)

Quando José e Maria chegaram ao albergue não os aceitaram: "Está cheio! Vão para além, para a gruta, com os animais". Se tivessem chegado com muita bagagem, estou certo de que lhes teriam arranjado lugar, mesmo que tivessem que mandar sair um mais pobre do que eles. Mas Jesus escolheu chegar assim, como um pobre entre os pobres, um sem-abrigo. Abbé Pierre, 1992

"No meio de vós está aquele que não conheceis." (Jo 1,26)

 Orson Welles | Citizen Kane [fotograma] Num mundo materialista e consumista como o nosso, é muito interessante observar a resistência da época natalícia face ao desgaste de outras datas que vamos vestindo e deixando de vestir conforme as modas. Por exemplo, o 5 de Outubro. Durante anos, vestiu-se o 5 de Outubro com grande entusiasmo. Hoje, está morto e enterrado depois de décadas de agonia republicana. Pensemos no 25 de Abril. Tantos anos a ser efusivamente comemorado mas cada vez mais puído e desgastado pelas marcas do tempo. Ainda se veste, é verdade, mas quase com aquela obrigação formal de quem veste uma roupa para um casamento ou baptizado.  E o Natal? Como é possível, depois de tantos séculos que assistiram a brutais mudanças e convulsões sociais, económicas, políticas, ideológicas, culturais, continuar a comemorar o Natal, por muito  exaustas e ansiosas que andem as pessoas, se lamentam do dinheiro que gastam, do trabalho que dá, do tempo que se perde para isto ou para aquil

"mostra por que razão me afliges assim" (Jb 10,2)

"Nada procuro senão o sítio onde atrasar o poema e aquela sombra sem culpa de quem leva ao coração toda a luz que a mão espalha." José Carlos Soares
Estou confusa e cansada no meio de tanta agitação à volta da notícia do teu nascimento, Menino Deus. Tudo à minha volta me procura informar e quer dar a boa notícia: é Natal. Também eu vivi a expectativa da tua chegada. Preparei tudo o que me pareceu útil e importante. Cansei-me na azáfama para que nada te faltasse. A notícia do teu nascimento correu veloz; eu já tenho conhecimento, mas ainda não caí de joelhos, em silêncio, simplesmente saboreando a Tua presença.   De dia e de noite uma estrela guia os meus passos e parece falar; pede-me que me meta a caminho, sozinha, sem medo de andar pelas planícies ou pelos cumes dos montes; diz-me que não me faltará luz no caminho para ajudar os meus passos vacilantes; diz-me que Deus ama tanto as criaturas que não resiste ao desejo de assumir a condição humana. Recém-nascido – parece dizer-me a estrela – Ele não sabe falar, não sabe andar, não sabe comer, não sabe proteger-se do frio; precisa de mim para sobreviver; precisa dos meus cuidados p

"Para dirigir os nossos pés no caminho da paz." (Lc 1,79)

Eu, médica?

Principalmente nos países mais desenvolvidos e já começa a ser frequente em Portugal, os indivíduos vão consultar um especialista que eu indiquei e depois vêm perguntar-me se está certo o que ele fez. Mas eu indiquei-lho, não o posso pôr em causa! , mas querem a minha opinião, porque no subconsciente e inconsciente colectivo começa hoje a ter importância que haja alguém que precisa de nos conhecer para nos poder atender direito. E esse alguém não é o médico que num quarto de hora viu a pessoa, que normalmente até nem falou com ela, foi o aparelho que lhe deu os dados, reduz a pessoa a uns números e a pessoa sai dali desconfiada: "Este homem sabe muita coisa mas não tem nada a ver comigo, eu tenho outros problemas." (...) Havia na minha casa em Trás-os-Montes uma sala de visitas, que era uma coisa terrível, que estava sempre fechada, onde nós não podíamos entrar e que tinha uma cadeira que era do Senhor Doutor, onde ninguém se sentava excepto o Dr. Madeira Pinto, que já era d

Eu, médica?

Aí é que as escolas de Medicina têm falhado, não terem conseguido dar ao aluno a noção de que fazer clínica e atender doentes é um acto de grande responsabilidade. É um acto de grande privilégio, as pessoas dão-nos o que têm de mais sagrado, a sua vida e os seus filhos. (...)Talvez porque este conceito da responsabilidade profissional seja muito difícil de fazer passar, mas, de facto, as pessoas são todas elas, enquanto clínicos, altamente responsáveis, assumem atitudes, têm que tomar decisões. Mesmo quando não tomam já estão a tomar decisões. Entrevista ao Prof. Doutor Nuno Grande In: Constança Paúl,  Psicossociologia da Saúde  (p.35)

"O Verbo fez-se carne e veio habitar entre nós" (Jo. 1, 14)

   Dmitri Baltamants "- Diga-me, por que é que vai para a guerra? - perguntou Pierre. - Porquê? Não sei. Tem de ser. Além disso, vou... - Fez uma pausa. - Vou porque esta vida que levo aqui, esta vida...não me agrada!"  Guerra e Paz, Livro I, cap. 5 Comecei a ler o  Guerra e Paz  mais cedo do que previa   graças a um ensaio de Isaiah Berlin chamado  O Ouriço e a Raposa - Um Ensaio sobre a Visão da História de Tolstoi . Ouriço e raposa que vai buscar a um verso de Arquíloco que reza assim: "A raposa sabe muitas coisas, mas o ouriço sabe uma coisa muito importante". Ora bem, para Berlin, Platão, Lucrécio, Pascal, Hegel, Dostoievski, Nietzsche ou Proust (em graus diferentes), são ouriços. Heródoto, Aristóteles, Montaigne, Shakespeare, Erasmo, Molière, Goethe, Pushkin, Balzac ou Joyce, são raposas. Qual será a razão desta distinção? Os ouriços, "remetem tudo para uma perspectiva central e única, para um sistema, em função do qual compreendem, p
Este prin­cí­pio, de que há uma fonte de luz (de conhe­ci­mento, de sabe­do­ria, de Deus, do que qui­se­rem) exte­rior a nós, leva-nos a um dos pri­mei­ros prin­cí­pios da huma­ni­dade: o da con­cór­dia do  ethos , que a todos ilu­mina por igual. Ao con­trá­rio do rela­ti­vismo moral, onde se parte do eu para um todo desar­mó­nico, neste parte-se de um todo har­mó­nico para o eu. E só este prin­cí­pio nos con­duz, à segunda con­di­ção de huma­ni­dade (no sen­tido em que se opõe à ani­ma­li­dade): o da tole­rân­cia. Ape­nas sabendo que há, exte­ri­or­mente, uma fonte de luz que gra­vou algo em todos nós, mas da qual não sabe­mos ao certo o que é, onde se encon­tra ou pode encontrar-se, ape­nas assim é pos­sí­vel a tole­rân­cia e a uni­ver­sa­li­dade na rela­ção com o outro, Como se vivês­se­mos num cír­culo, cujo cen­tro des­co­nhe­cês­se­mos ou nos cegasse, obrigando-nos a reco­nhe­cer raci­o­nal­mente que o outro, mesmo estando na posi­ção oposta à nossa, pode estar mais perto des
Mesmo antes do mundo acabar, religioso me confesso Dezembro 20, 2012   |  Henrique Monteiro Car­de­ais e bispos,muitos car­de­ais e bispos Ami­gos, com­pa­nhei­ros e cor­re­li­gi­o­ná­rios declaro-me reli­gi­oso! Já o sou desde que me lem­bro, mas só hoje o con­fesso em toda a pro­fun­di­dade da letra de forma. Reli­gi­oso e muito. E o que quero dizer com este termo – reli­gi­oso? Pois bem, o que o termo quer dizer. Para mui­tos, reli­gião vem de  reli­gare , ou seja, agru­par, de ligar duas vezes, ou ligar rapi­da­mente. Lamento dizê-lo, mas esta eti­mo­lo­gia é uma crença popu­lar que vem do latim bár­baro até a auto­res moder­nos. Este reli­gar traduzir-se-ia no facto de as reli­giões cri­a­rem laços entre os homens ou pon­tes entre o céu e a terra. O velho Cícero, no entanto, enten­dia que a pala­vra tinha ori­gem em  rele­gere , ou seja ler duas vezes, ter bas­tante pre­sente um texto – o que se coa­duna mais com a impor­tân­cia da pala­vra nas mais diver­sas

“Pois também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos.” (Mc 10,45)

Ouvi contar: Ele vinha cansado de um dia de trabalho. Entrou numa barbearia e sentou-se, ainda não tinha dito nada e já a voz habitual lhe gritava: "Ora viva, senhor Pedro, então como vão as coisas lá por casa? Está triste? É do futebol ou anda doente? Como quer que lhe corte o cabelo? "Olhe, disse o Pedro, em silêncio, se faz favor". Já não sabemos o bem que isso é. Nem a falta que faz. NÃO HÁ SOLUÇÕES, HÁ CAMINHOS 365 vezes por ano não perguntes porquê, mas para quê Vasco  P.  Magalhães , sj

Aquele que é justo pela fé é que viverá (Gl 3,11)

E.S.P.E.R.A. CREU 18.12.2012

Mateus 1, 20-23 Pensando ele nestas coisas, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, e lhe disse: "José, filho de David, não temas receber em tua casa Maria, tua esposa, porque o que nela foi concebido é obra do Espirito Santo. Dará à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados". Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor por meio do profeta que diz: "Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, e Lhe porão o nome de Emanuel, que significa: Deus connosco". Quais são os meus sonhos e os meus medos? Onde está Deus neles? Deus faz-nos uma proposta, um convite. Tenho medo de O aceitar? De mergulhar n'Ele? O que me prende? A Anunciação a José é um gesto de confiança de Deus. E eu, confio n'Ele? Confio que Deus é gerado na minha vida, em cada dia, cada gesto, cada momento? Quais são os sinais do Amor de Deus por mim?
Diz o meu nome pronuncia-o como se as sílabas te queimassem os lábios sopra-o com suavidade para que o escuro apeteça para que se desatem os teus cabelos para que aconteça Porque eu cresço para ti sou eu dentro de ti que bebe a última gota e te conduzo a um lugar sem tempo nem contorno Porque apenas para os teus olhos sou gesto e cor e dentro de ti me recolho ferido exausto dos combates em que a mim próprio me venci Porque a minha mão infatigável procura o interior e o avesso da aparência porque o tempo em que vivo morre de ser ontem e é urgente inventar outra maneira de navegar outro rumo outro pulsar para dar esperança aos portos que aguardam pensativos No húmido centro da noite diz o meu nome como se eu te fosse estranho como se fosse intruso para que eu mesmo me desconheça e me sobressalte quando suavemente pronunciares o meu nome Mia Couto

...se tem de haver alguma definição, que seja a partir do “ser amado”.

Muitas vezes busca-se definições que possam emoldurar quem se é. É verdade que é a forma de apresentação. No entanto, não pode ser reduzida a características absolutas. Alto ou baixa, gordo ou “Olivia palito”, emotivo ou racional, hetero ou gay, guineano ou holandesa, crente ou ateu, cristão ou islâmica, de esquerda ou de direita, praticante ou não praticante, doente ou saudável, médica ou varredor, corrupto ou irrepreensível, são exemplos de qualificativos com que se rotula a identidade. O Advento pode ser o caminho de quebrar rótulos até ao encontro de alguém que nasce confirmando que se tem de haver alguma definição, que seja a partir do “ser amado”. Aí também reside o “mistério da identidade”. http://oinsecto.blogspot.pt/2012/12/misterios-da-identidade.html

" Eu estou a fazer algo novo, já está a germinar: não estão a notar?" (Isaías 43, 19)

Que a Tua estrela nos encontre disponíveis para a viagem mesmo sem que percebamos tudo Que o seu brilho nos torne pacientes com as coisas não resolvidas do nosso coração e nos ajude a amar as difíceis questões que por vezes a noite, por vezes o dia segredam pelo tempo fora Que a Tua estrela nos faça reconhecer que nunca é tarde para que se tornem de novo ágeis e sonhadores os nossos passos cansados pois nós próprios nos tornamos em estrelas quando arriscamos perpetuar a Tua luz multiplicada José Tolentino Mendonça
Hoje lembro-me "vigiais e orais todo o tempo  para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem.” Lucas 21,36)
"Não temos nas nossas mãos as soluções para todos os problemas do mundo, mas diante de todos os problemas do mundo temos as nossas mãos." Friedrich Von Schiller (1759-1805)
«Andámos em silêncio durante vários minutos, naquela solidão desagradável que às vezes visita os casais nos piores momentos. Mas não era uma sensação nova para mim; eu tinha um talento ilimitado para transformar as almas que me amavam em coisas estranhas.» Pat Conroy,  in  O Príncipe das Marés
Sei que seria possível construir o mundo justo  As cidades poderiam ser claras e lavadas  Pelo canto dos espaços e das fontes  O céu o mar e a terra estão prontos  A saciar a nossa fome do terrestre  A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia  Cada dia a cada um a liberdade e o reino  — Na concha na flor no homem e no fruto  Se nada adoecer a própria forma é justa  E no todo se integra como palavra em verso  Sei que seria possível construir a forma justa  De uma cidade humana que fosse  Fiel à perfeição do universo  Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco  E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo  Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"
“Chegámos à convicção de que, entre todas as coisas da terra, o primeiro a expor era a Mística do Corpo, já que é a mais desconhecida e a mais próxima de nós. Vivemos com o nosso corpo e através do nosso corpo. Ele é o nosso primeiro universo, a forma concreta do nosso ‘eu’, um instrumento universal e tão à mão, que é ao mesmo tempo o artista responsável e a primeira matéria da obra. Mas nós não conhecemos este corpo. Arrastamo-lo a trabalhos absurdos, sem dirigir-lhe sequer um olhar, sem que nos passe pela mente interrogar-lhe sobre tudo o que nos poderia dizer.”  Victor Poucel,sj, em “Apologia do Corpo” (1959)
Diz uma linda lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto e,  em determinado ponto da viagem, discutiram e um esbofeteou o outro. O outro, ofendido, sem nada a dizer, escreveu na areia: hoje, meu melhor amigo bateu-me no rosto. Seguiram e chegaram a um oasis onde resolveram banhar-se.  O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se sendo salvo pelo amigo. Ao recuperar-se pegou um estilete e escreveu numa pedra: hoje, meu melhor amigo salvou-me a vida. Intrigado, o amigo perguntou: - Porque é que depois de te bater, voçê escreveu na areia e agora escreveu na pedra? Sorrindo, o outro amigo respondeu: - Quando um grande amigo nos ofende, devemos escrever na areia onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar; porém quando nos faz algo grandioso, devemos gravar na pedra da memória do coração onde nenhum vento do mundo poderá apagar. http://iosefsj.blogspot.pt/2007/10/perdo.html
A porta mora à espera De perfil se ensombra E descansa O degrau é paciência O umbral anúncio O silêncio é o lugar Onde baterão as mãos Daniel Faria

O homem não é justificado pelas obras da Lei, mas unicamente pela fé em Jesus Cristo (Gl2, 16)

Tínhamos o nosso espaço e tínhamo-nos a nós, um ao outro por natural companhia era o amor, tudo indicava. Podia-se morrer disso. E tínhamos o tempo todo para ver. Resumo: A poesia em 2011  [de  O quarto azul e outros poemas ], org. de Armando Silva Carvalho, José Alberto Oliveira, Luís Miguel Queirós e Manuel de Freitas,  Fnac /Documenta, Lisboa, 2012.
E quando a poesia se vai tornando mais poesia do que devia, interrompes com uma palavra vulgar um sentido que nunca mais se vai saber como seria. Se te disserem que não há passagem, que a amizade não é trampolim para outra coisa, pede que se calem, explica-lhes que tudo pode acontecer. (Algures)

"Quem tem ouvidos oiça." (Mt 11, 15)

«derruba os poderosos de seus tronos e exalta os humildes» (Lc 1,52).