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"Guardar só o que é bom de guardar."

Talvez um dia Deus vos conte que vos pego ao colo todos os dias.
É tarde, nenhum sono repõe o que não vivi É tarde, nenhum amanhã cura a ferida que em nós sangra. Agora, que não há sonho, posso, enfim, dormir Agora, é tarde demais para morrer. Agora, resta um único desfecho: de novo, acordar por dentro. E acordar sempre até que volte a ser cedo. Mia Couto
Amar com obras e não com palavras P. Miguel Almeida, sj http://observador.pt/opiniao/amar-com-obras-e-nao-com-palavras/ O Papa Francisco instituiu, para este domingo, dia 19 de novembro, em toda a Igreja, o “Dia Mundial dos Pobres”, convidando todos aqueles que se queiram juntar a esta iniciativa, independentemente da sua fé ou pertença religiosa. O nome do dia não parece o mais feliz à partida, mas tem a virtude de questionar e desinstalar, pois chama as coisas pelo nome. “O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres” (§1), afirma Francisco na mensagem para este dia. O séc. XX – estendendo-se ao início do séc. XXI – foi o século em que se atingiu o máximo de bem-estar e o máximo de atrocidades e extermínios de seres humanos por todo o mundo (terão morrido, vítimas da guerra, cerca de 200 milhões de pessoas). Os negócios mais rentáveis são a venda de armas, o “comércio sexual” e a droga...
Do outro lado da casa, as crianças brincam com o tempo que corre para que elas não brinquem com ele. Na casa ao lado, um cão vê o tempo a passar e ladra-lhe para ele fugir como se fosse um ladrão. Na rua, o mendigo pede a toda a gente a esmola de um tempo, e toda a gente diz que não tem tempo para lhe dar. No café, peço uma chávena de tempo, curto e bem forte porque não tenho tempo para dormir, mas ao meu lado há quem peça uma chávena bem cheia de tempo para que o tempo demore a beber. Há quem corra por falta de tempo, e o tempo vai atrás dele para o apanhar. No metro, a rapariga atravessa o cais, devagar, como se tivesse mais tempo do que todos os que contam o tempo para não lhes descontarem no tempo. E quando me perguntam se tenho tempo, olho para o relógio, como se ele estivesse cheio de tempo, e peço que tirem de dentro dele todo o tempo, e que o esvaziem até ao último segundo, para eu ficar com tempo para ver quanto tempo já passou. Nuno Júdice
Opinião Miguel Araújo Crónica publicada na VISÃO 1287 de 2 de novembro http://visao.sapo.pt/opiniao/2017-11-09-Carta--a-minha-filha Minha filhinha, Estás a dias de sair da barriga da tua mãe e ainda nem sequer tens nome. Ias ser Salomé, o tempo todo ias ser Salomé, porque era o nome da tua bisavó, avó da mãe, que a mãe adorava, mas agora parece que já não vais ser. A mãe lembrou-se de telefonar à tia avó, única irmã da tua bisavó Salomé, e pelos vistos a tua bisavó detestava o nome. Além disso, o nome tinha sido escolhido por uma madrinha que afinal acabou por se revelar uma bruxa, parece. Por isso não, já não vais ser Salomé. A mãe e eu andamos para aqui à volta com nomes (a mãe é um bocado indecisa, é uma coisa de família, tu já vais perceber.) Mas havemos de te arranjar um nome bonito. (Eu trato-te por tu, espero que não te importes, deste meu lado da família é pessoal da Maia e na Maia é tudo tu-cá-tu-lá). 
A mãe está com uma barriga gigante, maior do que quando fo...
Tira-me uma dessas fotos que tiras, embacia a objectiva, desfoca um pouco e mede mal a luz. Agora que termina o dia não é difícil eu sair favorecida. Que os traços se suavizem, que todas as rugas da alma e do contorno dos olhos desapareçam e que quem me veja pense que posso merecer a pena. E sobretudo, que o que impressione nessa foto não seja eu, que estou ali, mas os teus olhos que a tiraram. amália bautista estou ausente tradução de inês dias averno 2013