É difícil que um cristão dos nossos dias não seja confrontado com vários tipos de discurso assumidamente cristãos que, por estarem centrados na experiência do sofrimento, da dor e da culpa são lidos como antiquados ou "negativos". Temos muita dificuldade em conciliar a ideia de que a vida é uma bênção, qualquer coisa boa e digna de ser agradecida, com a ideia de que a vida é um "vale de lágrimas" e, no nosso tempo, tendemos a deixar ganhar a primeira em relação à segunda. Essa tendência - que se revela também em não prestarmos muita atenção a algumas passagens do Evangelho ou então a tentar suavizá-las - pode ter várias justificações pastorais válidas, mas não é por isso que deixa de ter um grande perigo de que o Papa Francisco muito fala: o perigo de tirar a Cruz do Cristianismo. Acho que essa tendência vence tão fácil e frequentemente porque gostamos muito de associar Jesus Cristo a um conceito de felicidade muito vago onde tanto cabe uma coisa como o seu con...
Há três espécies de homens: os vivos, os mortos e os que andam no mar. (Platão)