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Mensagens

Hoje (ainda) em Mesão Frio

Estava à nossa espera, Dª Francelina? Então não? Esta manhã, até contei ao Sr. Padeiro que os meninos iam voltar.

Hoje (ainda) em Mesão Frio

Contempla  quanta vida cabe no teu colo Fecha os olhos E nunca a abandones senão junto do teu peito

Um café para adormecer, por favor!

Um café para adormecer, por favor! São dez e meia. Mais coisa menos coisa. As pessoas entram no café do costume. Sentam-se, pousam malas, telemóveis, maços de cigarros como pequenas sementes de conversas que, durante um tempo, não terão fim. Cumprimentam-se, reviram os olhos à rotina que finalmente terminou e brindam ao resto de noite que ainda têm pela frente. Ouvem-se restos de conversas. Pousam nas mesas alheias como sobras de cinza de cigarro. As gargalhadas são discretas e estão sentadas à mesa. Como nós. Entre os muitos que chegam e que partem, surge uma presença diferente. Que sobressai. Não sobressai pelas cores que veste, pelas marcas que usa, pelo tablet último modelo debaixo do braço, pelo tamanho da carteira ou pelo que tem dentro. Sobressai pela pobreza. Sobressai pelos bolsos das calças puídas. Demasiado grandes para o nada que têm dentro. Nas mãos um saco de plástico branco com os pertences de uma vida. Uma colher. Três chávenas de plástico. Cigarros. Duas moedas de...
Há um aspeto muito curioso no evangelho de hoje [Mc 2, 1-12]. Quatro homens fazem de tudo para levar um paralítico até diante de Jesus. Não conseguindo atravessar a multidão, descem-no pelo telhado. Nos três evangelhos que contam esta situação, o narrador diz que Jesus ficou impressionado com a fé daqueles homens, mas nenhum nos oferece uma mísera palavra que seja sobre o paralítico! Ou seja, o evangelho não está interessado na fé daquele doente particular: não interessa tanto o que ele tenha sentido, dito ou pensado. O foco está todo posto sobre os outros homens: e, mesmo assim, sobre eles, os evangelistas nem se preocupam em explicar que relação teriam com o paralítico; o evangelho de Lucas e de Mateus nem dizem quantos eram. Mas todos estão de acordo em dizer que foi o suficiente para Jesus lhe curar os pecados e a paralisia. E todos ficaram maravilhados. Ora o que salta imediatamente à vista é que a cura chegou pela mediação de outras pessoas! O que esta narrativa nos diz é que, m...

Hoje (ainda) em Mesão Frio

Há abraços que são eternos. Que amam tanto. Que querem tanto. Que neles ficamos para sempre.
Eu tive uma relação bastante boa com o Senhor. Pedia-lhe coisas, conversava com Ele, louvava-O, agradecia-Lhe... Mas sempre tive a incómoda sensação de que Ele queria que eu O olhasse nos olhos... coisa que eu não fazia. Eu falava-Lhe, mas desviava o meu olhar quando sentia que Ele estava a olhar para mim. Olhava sempre para outro lado. E sabia porquê: tinha medo. Pensava que nos Seus olhos iria encontrar um olhar de reprovação por algum pecado do qual eu não me tivesse arrependido. Pensava que nos Seus olhos ia encontrar uma exigência; que havia alguma coisa que Ele queria de mim. Por fim, um dia, reuni a suficiente coragem e olhei. Não havia nos Seus olhos reprovação nem exigência. Os Seus olhos limitavam-se a dizer: “Amo-te”. Fiquei a olhar fixamente durante muito tempo. E ali continuava a mesma mensagem: “Amo-te”. E, tal como Pedro, sai para fora e chorei” Antony de Mello, El canto del pajaro, p. 148:
Zé Vieira Missão País, 2015 "Acordei com medo de bater com a cabeça na cama de cima.. Estou à espera que a Lokas me ligue para eu me levantar da cama porque já passam das horas combinadas e é preciso irmos os dois aos gritos pelos corredores a acordar toda a gente. Depois vou poder desejar um bom dia a cada um enquanto procuro pelas músicas mais estúpidas para conseguir acordar o António que ontem deve ter ido dormir tarde e ainda está na cama.. O Félix já passou por mim há algum tempo.. Quando o fez gritou 'Bón dia Xé!!'.. Soube bem. A Patrícia já deve estar acordada há horas e com mil coisas feitas.. O Mindão entretanto passará também por mim mas com ar cansado.. Além do nervosismo a pensar nas arestas que ele e a Susi têm de limar no teatro também o ressonar do Padre Félix não o deixou adormecer tão cedo. Mas vamos todos acordar com aquele belo pequeno almoço, nem vai parecer que pouco dormimos. Não será belo por ser cheio de doces, proteína, cereais va...