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Laurinda Alves 27/2/2018 http://observador.pt/opiniao/um-amigo/ Um amigo, dois amigos, três amigos, quantos amigos estaremos destinados a perder ao longo da vida? E quem, entre nós, estará preparado para tão terrível perda? Não há idade certa para nada e, muito menos, para morrer, mas dói quando partem cedo. E partem sempre cedo demais. Nunca haveremos de perceber porque é que os bons nos morrem tão depressa. São realmente indecifráveis e grandes os mistérios da vida. Sabemos apenas que a morte prematura ou inesperada é, para sempre, um rasgão no coração. Novos ou velhos, os amigos que partem deixam-nos um vazio impossível de voltar a preencher. Podemos ter mais, tão bons como eles, e podemos até vir a conhecer outros igualmente queridos, mas cada um é especial. Único e irrepetível. Por isso a despedida nos custa tanto. Quebra-nos. Atravessa todo o nosso mundo interior e trespassa-nos como uma lança fria. Gela-nos. Mais tarde ou mais cedo todos passaremos por isto e todos nos da...
Da maneira cristã de lidar com a diferença Rui Fernandes, sj 23 Fevereiro 2018 https://pontosj.pt/opiniao/da-maneira-crista-lidar-diferenca/ Nos últimos meses têm sido frequentes as notícias sobre grupos de católicos que se mobilizam para discutir e criticar certas questões, como a dos cristãos «recasados» e o seu acesso à comunhão, ou ainda sobre a reforma da liturgia. As interrogações são legítimas, e todo o debate sério, ainda que exigente e com o seu quê de ‘desconfortável’, é sempre bem-vindo. Implicitamente, estas questões parecem apontar para um problema mais silencioso, mas fundamental. Não estará a Igreja a «adaptar-se» demasiado às «modas contemporâneas»? Estaremos a perder o rumo? A ideia de ‘perder o rumo’ significa, desde logo, um receio de perda de «identidade». Adaptando-se excessivamente, a Igreja corre o risco de deixar de ser quem é e de perder a sua «diferença» face a tudo o que não é cristão. Desde os começos, a Igreja tem-se posto a questão: o que signific...

Coisas que têm quereres

(...) Nada repetir para que tudo volte: Para quê protelar o amor com obras? Sempre da morte nascerão coisas novas. rui lage antigo e primeiro quasi 2002
Não valia a pena esperar, ninguém viria que nos segurasse a cabeça e nos pegasse nas mãos, estávamos sós e essa solidão éramos nós; e era indiferente sabê-lo ou não, ou gritar (ou acreditar), porque ninguém ouvia: o grito era a própria indiferença. . Presente, apenas presente; a memória, presente, a esperança, presente. . E, no entanto, houvera um tempo em que tínhamos sido talvez felizes, quando não nos dizia respeito a felicidade, e em que tínhamos estado perto de alguma coisa maior que nós ou do nosso exacto tamanho. . Como um animal devorando-se por dentro a si mesmo, consumira-se, porém, o pouco que nos pertencera, os dias e as noites, a certeza e o deslumbramento, a cerejeira e a palavra “cerejeira” ainda em carne na jovem boca. . Nenhuma beleza e nenhuma verdade que nos salvasse, nenhuma renúncia que nos prendesse ou nos libertasse, nenhuma compaixão que nos devolvesse o ser ou o mesmo, ou fosse a morada de algo inumano como um coração. . Nenhuns passos ecoavam no grande quarto ...
Se duas pessoas se amam, não pode haver final feliz Ernest Hemingway
De que são feitos os dias? - De pequenos desejos, vagarosas saudades, silenciosas lembranças. Entre mágoas sombrias, momentâneos lampejos: vagas felicidades, inactuais esperanças. De loucuras, de crimes, de pecados, de glórias - do medo que encadeia todas essas mudanças. Dentro deles vivemos, dentro deles choramos, em duros desenlaces e em sinistras alianças. Cecília Meireles