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RR 16.01.2013


Gosto da Festa do Batismo de Jesus.
Sei do meu Batismo, do Batismo dos meus filhos, do Batismo dos meus netos.
Sei daquela toalha de linho já poída. Vou buscá-la à arca onde se guardam tais tesouros.
Lavo-a com cuidado.
Gestos repetidos, gestos novos.
Pois na Festa do Batismo do Senhor, gosto de ouvir o celebrante lembrar-nos que não fomos batizados, mas que somos batizados.
Gosto depois de o dizer para mim
e de o dizer pelas ruas da cidade.
Não me lembro de os meus pais me terem levado a baptizar. Tenho aquela fotografia pequena, a preto e branco, em que, entre rostos sorridentes, se vê um embrulhinho branco que sou eu.
Mais tarde, quase adulta, foi a minha vez de querer para meu Senhor, Jesus de Nazaré, esse Jesus que pela vida passou fazendo o bem.
Seduziu-me assim, fazendo o bem.
E sonho e quero que cada um dos meus dias tenha um gesto, ainda que só um gesto, que se pareça com os Seus.
Por Tua graça, ensina-me, Senhor, o jeito desse gesto.
Maria Teresa Frazão

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