As cartas são bocados de nós e contam histórias de uma época que passou. O seu valor reside no olhar de quem as recebeu e naquele de quem as escreveu. Deixa-las cá ficar, significa que outros olhares se debruçarão, impiamente, sobre elas. E, a mim, isso desagrada-me.
Neste momento, ando a preparar-me para queimar cartas que, ao longo da minha vida conservei e que não quero nem devo partilhar com quem cá fica. Todas elas tiveram um tempo, que foi meu. E que guardei, na ilusão de que o tempo também se guarda. Não é verdade!
Helena Sacadura Cabral, no Delito de Opinião.
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