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“Eles eram irmãos, sacerdotes e jesuítas. Por muitos anos tiveram uma amizade rica e recompensadora. Percorreram, juntos, a longa e penosa caminhada do seminário. Quando um deles precisava de algo especial – tempo, alguém para o escutar ou qualquer outra coisa o outro estava sempre lá.

A amizade terminou abruptamente em tragédia e morte. Um deles foi atropelado e morto em frente da casa onde moravam com a comunidade. Quando foi informado de que o amigo estava estirado morto sobre o asfalto, o outro correu, atravessou o cordão de curiosos e polícias e ajoelhou-se ao lado do velho amigo. Embalou, nos seus braços, suavemente, a cabeça do morto e, diante de todas aquelas pessoas boquiabertas, deixou escapar: «Não morras! Tu não podes morrer! Eu nunca disse que te amava!»”.

( John Powell, O Segredo do Amor Eterno, Paulinas, 1990)

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Nos Evangelhos Sinóticos, lemos muito sobre as pregações de Jesus a propósito do «maior mandamento». Não é a grande sugestão, o grande conselho, a grande linha diretiva, mas um mandamento. Primeiro, temos de amar a Deus com todo o coração e com toda a nossa força, sobre todas as coisas. Ao trabalhar com os pobres camponeses da América Central, que não sabiam ler nem escrever, a frase que eu sempre ouvia era: «Primero, Dios». Deus tem de ser o primeiro nas nossas vidas, depois, todas as nossas prioridades estão corretamente ordenadas. Não amaremos menos as pessoas, mas mais, por amar a Deus. A segunda parte do «maior mandamento» é amarmos o próximo como a nós mesmos. E Jesus ensina-nos, na parábola do Bom Samaritano, que o nosso próximo é esse estrangeiro, esse homem ferido, essa pessoa esquecida, aquele que sofre e, por isso, tem um direito acrescido sobre o meu amor. Jesus manda-nos amar os estranhos. Se só saudamos os nossos, não fazemos mais do que os pagãos e os não cr
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