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O que é que experimentamos quando observamos a nossa história? Que ordens lhe estamos a dar? Que maltratos lhe impomos? A nossa história precisa de respirar, precisa que lhe demos espaço, que se desenvolva, que frutifique, que tenha vida. Que seja vida. E a nossa vida tem sido outra. Impomos-lhe desejos, construímos paredes, levantamos limites. E isso não é sonhar. É outra coisa. Sonhar é auscultar a realidade. É descobrir-lhe a pulsação. E respeitá-la, acarinha-la. Fazer dela a nossa vida e a nossa história. E só assim ela será grande e aberta. Aberta ao horizonte, sem limites nem receios, sem maltratos nem ofensas.Ao surdo abriram-se-lhe os ouvidos e soltou-se-lhe a língua. Abre-te. Abrir o instante, a vida e a história e deixar que ela seja o que sempre foi. Não lhe dês ordens, nem lhe imponhas o teu tempo. Ela, a nossa história, precisa de ser acarinhada. 

http://toquesdedeus.blogspot.pt/2012/09/a-nossa-historia-precisa-de-ser.html

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