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DESTAK | 18 | 01 | 2012   20.54H
João César das Neves | naohaalmocosgratis@ucp.pt
Estamos a dar um passo que valoriza, no plano tecnológico, o nosso país. É mais um activo tecnológico, com mais funcionalidades, que os portugueses vão passar a ter ao seu dispor». Isto declarou o senhor Ministro Miguel Relvas há precisamente uma semana em Palmela. Qual foi o passo tecnológico? Que benefício se conseguiu? Desligou-se um emissor analógico, eliminando a televisão em canal aberto.
Pode parecer estranho que desligar uma coisa seja um passo que valorize o que quer que seja, e ainda mais estranho que eliminar uma alternativa represente novo activo tecnológico. Temos de ter em conta que os cérebros políticos nem sempre funcionam como os do resto da humanidade. De facto, em si mesmo, a cerimónia foi um recuo tecnológico, não um avanço.
Para grande parte da população não houve qualquer efeito. Para muitos outros representou mais canais e despesa adicional em descodificador, antena e televisor, com meses de dúvidas e confusão. Algumas empresas ficaram ricas, o Estado embolsou uns milhões com venda de licenças e o país alegadamente é mais tecnológico.
Isto é o que os políticos chamam «promoção de desenvolvimento». Um conjunto de especialistas faz uns estudos, o Estado gasta uns milhões ou às vezes, como aqui, ganha uns milhões (curiosamente as duas alternativas opostas politicamente contam igual) e proclama-se um grande avanço. Ah, é verdade! Ninguém pareceu preocupado com aqueles que mais precisam de televisão, os idosos pobres e sozinhos, para quem este «avanço» tecnológico significou passar a ter apenas rádio.

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