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Sou mais desta linha: da antropologia chegamos à teologia. [Sei que me arrisco à heresia, mas como é difícil inventar novas, não me preocupo tanto.] Ou seja, tenho esta intuição de que muitas vezes para chegar a Deus é preciso conhecer-me enquanto humano. Às vezes fala-se de orações, espiritualidade, relação com Deus de tal forma que “põe-se o telhado onde ainda não há pilares”. O telhado protege, mas se não tem base… esmaga. Deus não sufoca e por não sufocar nem querer fazê-lo, muito pelo contrário dá Vida, fez questão de encarnar, conhecendo por dentro a humanidade. O Advento é mesmo o tempo para saborear esse desejo de Deus: viver em pleno a humanidade e dessa forma divinizar-nos… mesmo nas coisas mais banais da vida.




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Nos Evangelhos Sinóticos, lemos muito sobre as pregações de Jesus a propósito do «maior mandamento». Não é a grande sugestão, o grande conselho, a grande linha diretiva, mas um mandamento. Primeiro, temos de amar a Deus com todo o coração e com toda a nossa força, sobre todas as coisas. Ao trabalhar com os pobres camponeses da América Central, que não sabiam ler nem escrever, a frase que eu sempre ouvia era: «Primero, Dios». Deus tem de ser o primeiro nas nossas vidas, depois, todas as nossas prioridades estão corretamente ordenadas. Não amaremos menos as pessoas, mas mais, por amar a Deus. A segunda parte do «maior mandamento» é amarmos o próximo como a nós mesmos. E Jesus ensina-nos, na parábola do Bom Samaritano, que o nosso próximo é esse estrangeiro, esse homem ferido, essa pessoa esquecida, aquele que sofre e, por isso, tem um direito acrescido sobre o meu amor. Jesus manda-nos amar os estranhos. Se só saudamos os nossos, não fazemos mais do que os pagãos e os não cr
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